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Bloco quer proibir despedimentos em empresas que recebam apoios
As medidas apresentadas pelo Governo são positivas, mas não suficientes, considera o Bloco de Esquerda. O partido quer alargar as linhas de financiamento e que, em contrapartida, as empresas que recebam ajudas fiquem impedidas de fazer despedimentos.
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"Registamos como positivas as medidas hoje anunciadas", mas "entendemos que elas são insuficientes face ao que foi feito noutros países", afirmou esta quarta-feira Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda. Numa conferência de imprensa para comentar o pacote apresentado de manhã pelos ministros das Finanças e da Economia, a deputada salientou que "as medidas anunciadas em Portugal não chegam a 5% do PIB", sendo que "na Alemanha equivalem a 15% do PIB, em França e Espanha também têm percentagens muito maiores. São pacotes mais robustos de apoio à economia".
Por outro lado, o Bloco defende que "será necessário alargar as linhas de financiamento garantidas pelo estado. Será necessário também ter subsídios que apoiem a produção nacional e que garantam que Portugal mantém o seu sistema produtivo em funcionamento".
Em contrapartida, "todas as medidas devem ter como contrapartida a proibição dos despedimentos" por parte das empresas, defende o Bloco. "Haver ou não despedimentos é aquilo que vai dizer se a crise amanhã é maior ou menor. A proteção do emprego é o que determinara a robustez da economia e a situação social do país depois deste período", afirmou a deputada, salientando que esta é uma "medida essencial".
"É necessário proteger o emprego e a produção nacional. Neste momento já estão a existir despedimentos em Portugal e a proteção que fizermos agora do emprego, as medidas que formos capazes de tomar agora para proteger a nossa economia, são as que irão determinar se no final deste período, qual é o tamanho da crise e quais as suas consequências", insistiu Mariana Mortágua.
O Bloco pede ainda que sejam tomadas medidas para "proteger empresas estratégicas", porque, no seu entender, "existe a possibilidade de poderem vir a ser vendidas a preço de saldo a fundos internacionais".
Finalmente, os bloquistas afirmam estar "inteiramente disponíveis para aprovar um orçamento retificativo".