Notícia
Volume de negócios das empresas de serviços caiu 20% em fevereiro
As empresas do setor dos serviços assistiram em fevereiro à maior queda do volume de negócios desde junho. Os setores que lideram a queda são o alojamento e restauração, e o comércio de automóveis e motociclos, com as atividades de informação e comunicação a crescerem.
O volume de negócios na indústria dos serviços caiu 20% em fevereiro, face ao mesmo mês do ano passado, o que faz com que este seja o pior mês desde junho. Em média, o volume de negócios destas empresas tem caído 18,8% desde que a pandemia começou, segundo o INE. O número de horas trabalhadas caiu 25% face ao mesmo mês do ano passado, o emprego diminuiu na ordem dos 9,5% e as remunerações encolheram outros 8,3%. Existe um agravamento dos indicadores face a janeiro.
Entre os setores que mais serviram para a redução da atividade destaca-se o "alojamento, restauração e similares" com um contributo de 6,7 pontos percentuais (p.p) no volume de negócios registado no mesmo mês do ano passado, e um agravamento da queda em 1,2 pontos percentuais face a janeiro. Segundo o relatório publicado esta segunda-feira pelo INE, "o Alojamento apresentou uma redução de 85,2% (-78.5% no mês anterior). Já a Restauração e similares diminuiu 62,2% no período em análise (-49,3% em janeiro)".
Outro dos setores onde se notou esta queda de atividade foi o "comércio por grosso; comércio e reparação de veículos automóveis e motociclos", que contribuiu com -6,2 pontos percentuais para o resultado agregado, que advém de uma queda de 11,2% do volume de negócios na categoria (um agravamento de 4,2 pontos percentuais face ao mês passado).
Segundo o INE, a vertente automóvel é a grande impulsionadora da queda da categoria, já que o "comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e motociclos" registou uma queda de 26,3% do volume de negócios, 11 p.p pior do que a variação registada no mês passado.
Em sentido contrário segue o setor das "atividades de informação e comunicação" – p único a apresentar um contributo positivo de 0,2 p.p, "passando de uma variação homóloga de -1,7% em janeiro para 2,8% em fevereiro". Este dado está em linha com as avaliações macroeconómicas feitas pelo FMI no início do mês à economia global, que davam conta de um comportamento de crescimento da atividade no setor das tecnologias da informação e comunicação, tanto em termos de produção como a nível de emprego.