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Greve dos estivadores afunda venda de carros em novembro. Exportações diminuem 8,7%

As vendas ao exterior afundaram 8,7% em novembro, em termos homólogos, devido à quebra da venda de carros ao exterior.

Rui Minderico/Lusa
09 de Janeiro de 2019 às 11:03
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As exportações diminuíram 8,7% e as importações subiram 11,5% em novembro, em termos homólogos, segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira, 9 de janeiro. Esta é a maior queda das exportações desde outubro de 2009, ainda que seja por um efeito temporário que se deverá dissipar.

"Em novembro de 2018, as exportações de bens registaram uma variação homóloga nominal de -8,7% (+5,3% em outubro de 2018), sendo de destacar o decréscimo das exportações de Material de transporte, maioritariamente de Automóveis para transporte de passageiros, em 29,4% (contributo de -5,7 p.p. para a taxa de variação homóloga do total das exportações)", revela o INE, o "que estará associado à greve dos estivadores no porto de Setúbal". 

Esta queda das exportações de automóveis está relacionada com a greve dos estivadores no porto de Setúbal onde são expedidos os veículos da fábrica da Autoeuropa em Palmela. Pelo menos oito mil carros ficaram reféns no porto, sendo que em dezembro já havia 23 mil automóveis por expedir. A greve cobriu praticamente todo o mês de novembro, tendo reflexos negativos nas vendas de carros ao exterior.

Foi a 14 de dezembro que os estivadores chegaram a acordo com os operadores portuários para a integração de 56 trabalhadores no porto de Setúbal. Na reta final do ano a Autoeuropa adiantou que ia fazer um esforço para mitigar os efeitos da greve. Contudo, nesse mês ainda se deve sentir o impacto desta greve nos números do comércio internacional do INE dado que houve várias paragens na produção. 

A queda das exportações de carros teve impacto na Alemanha e em França que registaram quedas de 21,6% e de 12,2% nas compras a Portugal em novembro, face ao mesmo mês do ano passado.

Importações continuam a subir
O que fez diminuir as exportações de bens fez aumentar as importações de bens. As importações aumentaram 11,5% à boleia das compras ao exterior de material de transporte (+21,3%). Tal deve-se à aquisição de outro material de transportes que, segundo o INE, passou pela compra de aviões. 

Recorde-se que estes dados mensais do comércio internacional divulgados pelo gabinete de estatística não estão deflacionados, ou seja, incorporam as variações de preços. Esse impacto é particularmente relevante no caso dos produtos energéticos onde a oscilação dos preços é maior. Neste caso, retirar esse efeito não muda a conclusão: "Excluindo os combustíveis e lubrificantes, em novembro de 2018 as exportações diminuíram 8,2% e as importações aumentaram 11,7% em termos homólogos", esclarece o INE.

Em novembro de 2018, o défice da balança comercial de bens atingiu os 2.066 milhões de euros, mais 1.157 milhões de euros que no mesmo mês de 2017 - um agravamento de 78,5% em termos homólogos. Excluindo os combustíveis, o défice foi de 1.521 milhões de euros. 

A um mês de terminar o ano, já é quase certo que o crescimento das exportações de bens em termos nominais será inferior à subida das importações de bens. No acumulado até novembro de 2018, em comparação com o acumulado até novembro de 2017, as exportações crescem 4,9% ao passo que as importações sobem 7,9%. Já o défice comercial de bens aumentou 19,4%. 

(Notícia atualizada às 11h34 com mais informação)
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