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Resolução do BES custou no mínimo 900 milhões de euros à economia

Em vez de 1,5%, Portugal poderia ter crescido entre 2% e 2,2% em 2015, concluem os investigadores do ISEG e autores de um estudo encomendado por Ricardo Salgado, cujos primeiros resultados são avançados pelo Diário de Notícias.

Bruno Simão/Negócios
Negócios 03 de Agosto de 2016 às 10:52
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A resolução do BES cortou entre 0,5 a 0,7 pontos à taxa de crescimento da economia portuguesa de 2015, o que corresponde a uma subtracção de cerca de 900 milhões de euros ao rendimento gerado pela economia portuguesa nesse ano. A estimativa é de Avelino de Jesus e dois outros investigadores do ISEG num estudo encomendado por Ricardo Salgado que explora os impactos económicos da resolução do BES no Verão de 2014, e cujos primeiros resultados são avançados pelo Diário de Notícias.

Os autores garantem ser conservadores no valor a que chegam, até porque a estimativa que avançam diz respeito apenas aos efeitos da resolução do BES, e não aos impactos do colapso de todo o grupo GES. "Estamos convencidos de que o efeito da queda do grupo é bastante superior a estes valores (…) Se analisássemos todo o GES, íamos ver que o impacto na economia foi ainda maior", diz ao Diário de Notícias, Avelino Jesus que já tinha assinado outro estudo, a par com José Poças Esteves, também encomendado por Salgado, sobre o desempenho e os erros do Banco de Portugal e do Estado no colapso do banco.

Agora, ladeado por Isabel Proença e José Zorro Mendes, dois professores do ISEG, Avelino Jesus analisa os impactos económicos da resolução. Segundo a metodologia explicada ao Diário de Notícias os resultados surgem de uma comparação entre o desempenho efectivo da economia nacional com a resolução do BES; e qual teria sido o desempenho se a economia tivesse contado com um banco hipotético, a que chamam de "banco sintético", que procura simular a manutenção do BES em operação pós-verão de 2014.

Para os autores, escreve o Diário de Notícias, o método usado é "sério", "rigoroso" e até inventado "por um professor de Harvard", sublinha Isabel Proença, enquanto Avelino Jesus, acrescenta que "tem vindo a ser usado com sucesso em várias situações da análise económica, da gestão ou da ciência política, em casos tão diversificados como, por exemplo, os impactos da intervenção do governo dos Estados Unidos na Chrysler, o efeito da adesão à União Europeia de vários países" e outros.

O crescimento de 2% em 2015, traduziria uma duplicação de crescimento nesse ano face aos 0,9% de 2014, e colocaria Portugal como a oitava economia mais dinâmica entre as 17 da Zona Euro, crescendo acima da média da união monetária que nesse ano ficou em 1,6%.
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