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Portugal é o segundo país da OCDE que mais reformas executou

O argumento de que Portugal não realizou muitas reformas nos últimos anos é por vezes citado, mas um estudo da OCDE conclui que, entre 2011 e 2014, só a Grécia o fez a um ritmo superior.

Bloomberg
26 de Fevereiro de 2016 às 02:30
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A ideia geral é que países em maiores dificuldades tenderam a ser mais reformistas. Uma conclusão que não é muito surpreendente, tendo em conta que, durante esse período, alguns deles trocaram financiamento por austeridade e reformas estruturais. Um deles foi Portugal.

 

Segundo o relatório "Going for Growth" ("a caminho do crescimento"), publicado esta madrugada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), num grupo de 38 países analisados de 2011 a 2014, Portugal foi o segundo que mais reformas implementou entre aquelas que eram recomendas pela OCDE em relatórios anteriores. Irlanda, Estónia e Espanha não estão longe, mas só a Grécia fica (muito) acima. De 0 a 1, a Grécia tem 0,81 e Portugal 0,64. Neste caso, 1 corresponde a uma actuação significativa em determinada área de reforma, 0 à inacção.

 

No entanto, a relação entre dificuldades económicas e reformas é cada vez menos sólida. "Apesar de no período pós-crise a resposta às recomendações da [publicação] Going for Growth tender a ser mais alta em países que enfrentam condições macroeconómicas mais difíceis – em particular uma taxa de desemprego elevada – esta relação tem sido menos evidente recentemente: uma capacidade elevada de resposta tem sido observada em países que enfrentam condições macroeconómicas diferentes", escrevem os técnicos.

 

Claro que nem todas as reformas são iguais. A área laboral tem recebido especial atenção entre os países da OCDE, principalmente no que diz respeito à participação das mulheres, com mais medidas para melhorar o acesso a cuidados infantis. Além disso, reformas em torno de impostos sobre o trabalho é a área que tem a maior percentagem de execução. Por outro lado, segundo a OCDE, não houve muita actividade na regulação do mercado de trabalho, assim como no apoio à inovação e à regulação do mercado de produto.

 

A OCDE avisa que as perspectivas de crescimento débeis da economia mundial exigem mais esforços de reforma. Um argumento que ganha força se pensarmos que um estímulo ao emprego e à produtividade resultam numa dinamização da procura no curto prazo. 

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