Notícia
Europa cai com incerteza política. Petróleo desce e juros aliviam
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta segunda-feira.
Europa em queda ligeira. Incerteza política penaliza CAC-40
Os principais índices europeus encerraram em queda na primeira sessão da semana, embora com perdas ligeiras, num dia de reação aos resultados da segunda volta das eleições legislativas em França - que não deram maioria a nenhum partido.
O índice de referência europeu deslizou 0,03% para 516,43 pontos, com o setor do petróleo e gás a registar a maior perda, acima de 1%, seguido pelo imobiliário (-0,82%) e pelas "utilities" (-0,71%).
O parisiense CAC-40 acabou por desvalorizar 0,63% - assinalando a maior descida no Velho Continente - depois de ter chegado hoje a ganhar 0,9%. Entre os setores em destaque pela positiva esteve o de media, com a Television Francaise e a Metropole Television a ganharem mais de 1,5% depois de a União Nacional ficar fora do poder. O partido de Marine Le Pen tinha planos para privatizar os grupos estatais de rádio e televisão franceses.
Pela negativa, o BNP Paribas e o Société Générale perderam mais de 1%, numa altura em que estão a centrar atenções, com os investidores a avaliarem o impacto da incerteza política nos detentores de dívida soberana francesa. Adicionalmente, a esquerda tem referido aumentos das reservas obrigatórias de capital dos bancos e impostos sobre transações, bem como planos para aumentar os impostos sobre a riqueza, os dividendos e recompra de ações, como objetivos de um possível mandato.
"O resultado foi um grande choque. Não acredito que o mercado tenha compreendido totalmente o significado dos resultados", afirmou à Bloomberg Azad Zangana, economista sénior da Schroders.
"O programa de campanha do Nova Frente Popular (NFP) seria uma grande carga orçamental para França. Os investidores vão aguardar o resultado das negociações entre as partes antes de voltarem a investir em ativos franceses", acrescentou Rajeev De Mello, diretor de investimentos da Gama Asset Management, também à Bloomberg.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cedeu 0,02%, o francês CAC-40 desvalorizou 0,63%, o britânico FTSE 100 perdeu 0,13% e o espanhol IBEX 35 deslizou 0,01%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,1%. Já o italiano FTSEMIB avançou 0,17%.
Prémio de risco da dívida francesa diminui face à alemã
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro recuaram neste arranque de semana, com os investidores a privilegiarem ativos mais seguros, como é o caso das obrigações soberanas – e a maior aposta na dívida faz descer os juros.
O prémio de risco entre a dívida francesa a 10 anos e a dívida alemã diminuiu, depois de uma abertura em alta, com os traders a acolherem bem a perspetiva de um parlamento dividido como resultado mais favorável das eleições legislativas em França – em que nem a extrema-direita nem a extrema-esquerda conquistaram maioria absoluta na segunda volta, disputada neste domingo, 7 de julho.
Os juros das Bunds alemãs a 10 anos, de referência para a região, aliviaram 1,6 pontos para 2,535%, enquanto a rendibilidade da dívida soberana francesa decresceu 4,6 pontos base para 3,161%.
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Euro inalterado face ao dólar após tocar máximos de três semanas
O euro está a negociar praticamente inalterado face ao dólar, depois de esta segunda-feira ter chegado a valorizar para máximos de três semanas, retomando a tendência registada durante a madrugada.
O clima de incerteza política em França, com o resultado da segunda volta sem garantir maiorias a qualquer partido, tem centrado as atenções dos investidores.
A esta hora, a moeda única europeia recua 0,02% para 1,0838 dólares.
O resultado das eleições em França "provavelmente conduz a um pouco de instabilidade em termos da estrutura governamental atual", afirmou à Reuters Brad Bechtel, diretor global de Forex da Jefferies.
No entanto, acrescenta, até agora a reação ao resultado das eleições tem sido "relativamente moderada".
Por sua vez, o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana face a 10 divisas rivais - está praticamente inalterado nos 104,859 pontos, numa altura em que os investidores se focam num cenário de corte de juros pela Fed em setembro.
Ouro cai à boleia das compras dos bancos centrais
O ouro desvaloriza depois de ter registado a sua melhor semana em três meses, numa altura em que as compras dos bancos centrais estão a fazer mexer o metal amarelo.
O ouro desvaloriza, assim, 0,66% para 2.376,37 dólares por onça. Em junho, o Banco Popular da China não adicionou ouro às reservas pelo segundo mês consecutivo, mas, em compensação, o Banco da Reserva da Índia e o Banco Nacional da Polónia reforçaram as suas reservas.
"O ouro anulou alguns dos ganhos da sessão de sexta-feira. A longo prazo, acreditamos que os investidores vão estar positivos em relação ao ouro, com a incerteza sobre a economia e insustentabilidade do défice americano a permanecerem", indica um relatório do Saxo Bank A/S.
O ouro valorizou e atingiu o recorde em maio, impulsionado pelas compras dos bancos centrais e por tensões geopolíticas. Também as expectativas de que a Reserva Federal possa cortar as taxas de juro este ano deram força ao metal precioso.
Apesar de o metal amarelo estar a cair esta segunda-feira, as praças europeias seguem em valorização, com os mercados a digerirem os resultados eleitorais em França. As sondagens a apontavam para uma vitória da extrema direita - o que estava a preocupar os investidores -, havendo, por isso, agora um sentimento de alívio.
Petróleo recua com conversações sobre Gaza a diminuírem receios em torno da oferta
As cotações do "ouro negro" seguem a ceder terreno nos principais mercados internacionais, depois de quatro semanas com saldo positivo. Isto porque os receios de uma perturbação da oferta diminuíram com a expectativa de um acordo de cessar-fogo em Gaza, depois de nove meses de guerra entre Israel e o Hamas. As negociações estão a ser mediadas pelo Qatar e Egito.
No entanto, o potencial impacto do furacão Beryl sobre a oferta está a travar maiores perdas. O furacão atingiu a costa perto de Matagorda, no Texas, nesta segunda-feira. Os portos de Corpus Christi, Houston, Galveston, Freeport e da cidade do Texas encerraram no domingo para se prepararem.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a desvalorizar 0,70% para 82,58 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, perde 0,53% para 86,08 dólares.
Wall Street em ligeira alta. Inflação, Powell e "earnings season" centra atenções
Os principais índices em Wall Street começaram esta segunda-feira a negociar em ligeira alta, numa semana de leituras da inflação nos Estados Unidos, testemunhos no Congresso do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, e o início da época de resultados, com gigantes financeiras como o Citigroup e o JPMorgan.
Na sexta-feira, tanto o S&P 500 como o Nasdaq Composite tocaram em novos máximos históricos durante a sessão e encerraram no valor mais elevado de fecho.
O tecnológico Nasdaq Composite avança 0,17% para 18.383,18 pontos. Já o Standard & Poor's 500 soma 0,22% para 5.579,7 pontos e o industrial Dow Jones ganha 0,57% para 39.593,61 pontos.
Os números do emprego nos Estados Unidos conhecidos no final da semana passada e que mostram um ligeiro arrefecimento, estão a fomentar expectativas de um corte de juros em setembro. Os "traders" estimam agora dois cortes de juros este ano, de acordo com a ferramenta CME FedWatch Tool.
"Este relatório sobre o emprego de junho mantém os próximos dados sobre a inflação no centro das atenções para determinar o momento do primeiro corte de juros pela Fed... os sinais de moderação continuada do crescimento económico e do mercado de trabalho serão provavelmente positivos para as ações e obrigações de alto rendimento, pelo menos a curto prazo", explicou à CNBC, Greg Wilensky, analista da Janus Henderson Investors.
Entre os principais movimentos de mercado, destaque para a Paramount Global que ganha mais de 5%, depois de ter anunciado no domingo uma fusão dom a Skydance Media, que ofereceu 4,5 mil milhões dólares pela empresa e um extra de 1,5 mil milhões de robustecer a multinacional.
Euribor desce a três e a seis meses e sobe a 12 meses
A taxa Euribor desceu hoje a três e a seis meses e subiu a 12 meses face a sexta-feira.
Com as alterações de hoje, as Euribor continuaram em valores muito próximos, mas a taxa a três meses, que recuou para 3,699%, manteve-se acima da taxa a seis meses (3,675%) e da taxa a 12 meses (3,599%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, baixou hoje para 3,675%, menos 0,003 pontos, depois de ter atingido 4,143% em 18 de outubro, um máximo desde novembro de 2008.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a maio apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,5% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 33,8% e 25,2%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, avançou hoje para 3,599%, mais 0,011 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses baixou, ao ser fixada em 3,699%, menos 0,013 pontos, depois de em 19 de outubro, ter subido para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.
A média da Euribor em junho desceu a três, a seis e a 12 meses, mais acentuadamente do que em maio e nos prazos mais curtos.
A média da Euribor em junho baixou 0,088 pontos para 3,725% a três meses (contra 3,813% em maio), 0,072 pontos para 3,715% a seis meses (contra 3,787%) e 0,031 pontos para 3,650% a 12 meses (contra 3,681%).
O BCE desceu em 06 de junho as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 18 de julho.
Esta descida das taxas diretoras deverá provocar um recuo a um ritmo moderado das taxas Euribor e assim baixar a prestação do crédito à habitação.
Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Incerteza em França não impede praças europeias de avançar
Os principais índices europeus estão a valorizar esta segunda-feira, depois de uma vitória surpreendente da coligação de esquerda, a Frente Popular, nas eleições francesas realizadas no domingo.
O principal índice francês, CAC-40, encontra-se neste momento a valorizar 0,85%, depois de ter iniciado a sessão no vermelho. Apesar da extrema-direita ter saído derrotada destas eleições – uma possível vitória do partido de Marine Le Pen estava a pressionar os mercados franceses -, o clima de incerteza política continua a pairar sobre França.
Os resultados finais ainda não foram conhecidos, mas a contagem preliminar aponta para 182 lugares para a coligação de esquerda – muito longe dos 289 necessários para uma maioria absoluta. A coligação macronista ficou-se pelos 168, mas conseguiu ascender para o segundo lugar. Já a União Nacional, que encerrou a primeira volta no primeiro lugar do pódio, acabou por cair para terceiro, fixando-se nos 143 lugares.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, soma 0,61% para 519,75 pontos, com o setor das seguradoras, da construção e das viagens a liderarem os ganhos da sessão.
Entre as principais movimentações de mercado destaca-se a Ubisoft que escala 7,32% para 21,10 euros, depois da Jefferies ter aumentado o "rating" das ações da empresa para "buy".
Já a Ocado dispara 5,91% para 3,48 libras. A empresa britânica de retalho virtual anunciou que vai aprofundar a sua parceria com a japonesa Aeon e construir o seu terceiro armazém robótico.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax soma 0,82%, o italiano FTSEMIB ganha 1,21%, o espanhol IBEX 35 valoriza 0,76% e o britânico FTSE 100 cresce 0,20%. Em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,40%.
Juros agravam-se na Zona Euro com incerteza política em França
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a agravar-se esta segunda-feira, numa dia em que os investidores se encontram a reagir aos resultados surpreendentes das eleições francesas.
Os juros das dívida de França, com prazo a dez anos, avançam 0,7 pontos base para 3,214%, enquanto a "yield" das Bunds alemã com o mesmo prazo, e de referência para a região, cresce 1,7 pontos base para 2,568%.
A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos recua 0,2 pontos base para 3,154%, enquanto a da espanhola e da italiana, com o mesmo prazo, mantêm-se inalteradas nos 3,337% e nos 3,932%, respetivamente.
Fora da Zona Euro, os juros das Gilts britânicas, com prazo a dez anos, avançam 0,7 pontos base para 4,131%.
Euro recua face a dólar e libra após resultado surpreendente em França
O euro está a recuar ligeiramente em relação ao dólar e à libra, numa altura em que o clima de incerteza política continua a pairar sobre França.
As eleições legislativas deste domingo deram uma vitória inesperada à coligação de partidos de esquerda e relegaram a extrema-direita para o terceiro lugar do pódio e a coligação macronista – favorecida pelos investidores – para segundo. Apesar da vitória, a Frente Popular não conseguiu atingir a maioria absoluta, deixando em aberto o futuro político do país.
A moeda europeia recua, assim, 0,02% para 1,0838 dólares e 0,01% para 0,8458 libras.
A divisa norte-americana encontra-se a recuperar face à maioria das suas principais rivais, depois de ter registado um saldo negativo na semana passada. A pressionar o dólar estiveram novos dados económicos que apontaram para um mercado laboral em desaceleração e aumentaram as expectativas dos investidores em relação a um corte nas taxas de juro já em setembro.
Já a libra continua a negociar em alta em relação ao dólar e atinge máximos de quase um mês, depois de os resultados das eleições da quinta-feira terem dado uma vitória esmagadora ao Partido Trabalhista, que acabou com um ciclo político de 14 anos dominado pelos conservadores. A libra avança 0,01% para 1,2816 dólares.
Ouro recua com compras dos bancos centrais no radar
Os preços do ouro encontram-se a recuar, depois de terem registado a melhor semana em três meses. O "metal amarelo" desvaloriza, assim, 0,52% para 2.379,89 dólares por onça, numa altura em que os padrões de compra de ouro de vários bancos centrais estão em foco.
O Banco Popular da China decidiu não aumentar as suas reservas deste metal precioso em junho pelo segundo mês consecutivo. No entanto, o banco central indiano terá adicionado ouro às suas reservas no valor mais elevado em quase dois anos, de acordo com um novo relatório.
"Não é propriamente incomum a China suspender temporariamente a compra [deste metal precioso], uma vez que os preços do ouro têm subido acentuadamente", afirma Christopher Wong, estratega da Oversea-Chinese Banking Corp, à Bloomberg. No entanto, pode-se esperar "algum recuo nos preços do ouro" depois desta decisão, conclui.
Os preços do ouro têm disparado este ano – atingindo máximos históricos em maio -, suportados, principalmente, por uma corrida por parte de vários bancos centrais, bem como por um aumento das expectativas em relação a um alívio da política monetária nos EUA.
Preços do petróleo cedem, apesar de ameaças à produção
Os preços do petróleo estão a desvalorizar, depois de registarem quatro semanas seguidas com um saldo positivo, numa altura em que desastres climáticos, como um furacão nos EUA e incêndios florestais no Canadá, ameaçam a produção de crude.
O West Texas Intermediate (WTI), referência para os Estados Unidos, cede 0,6% para 82,66 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,4% para 86,19 dólares por barril.
O furacão Beryl, que já fez várias vítimas mortais nas Caraíbas, aproxima-se do Texas e, apesar de já ter colocado alguma "produção offshore de petróleo e gás em risco, a preocupação está no impacto que o furação poderá ter na infraestrutura de refinaria" da matéria prima nos EUA, afirma Warren Paterson, da ING Groep NV, à Bloomberg.
Apesar da queda registada nesta segunda-feira, as cotações do "ouro negro" têm negociado em máximos de finais de abril, impulsionadas pela expectativa de um verão forte em termos de procura pelo combustível nos EUA e por uma diminuição da oferta.
Vitória surpresa da esquerda em França preocupa mercados. Ásia encerra mista
A negociação dos futuros das bolsas europeias aponta para uma abertura no verde, mas França deve destoar, numa altura em que a vitória surpresa da coligação de partidos de esquerda, Frente Popular, no país está a preocupar os investidores.
Apesar de a extrema direita ter saído derrotada destas eleições, os mercados continuam preocupados com uma possível instabilidade política – uma vez que nenhum partido ou coligação pré-eleitoral tem maioria para governar – e com as políticas anunciadas pela Frente Popular, que apontam para uma grande despesa pública.
Os futuros do Euro Stoxx 50 crescem 0,3%, enquanto os do CAC-40, principal índice frânces, recuam 0,6%.
"A política francesa mostra incerteza mais uma vez", afirma Geoffrey Yu, estratega do Bank of New York, à Bloomberg. "Com base nos resultados, os riscos de uma política fiscal expansionista permanecem", conclui.
Já na Ásia, a inteligência artificial continua a dar cartas e o "rally" da Taiwan Semiconductor Manufacturing deu ímpeto aos mercados. O índice MSCI Azia Pacific – que agrega várias empresas da região – cresceu 0,4%, apesar de vários índices nacionais registarem perdas.
Pela China, tanto o Hang Seng, de Hong Kong, como o Shanghai Composite encerraram no vermelho, a desvalorizar 1,3% e 0,5%, respetivamente. Já no Japão, o Topix caiu moderadamente e registou uma queda de 0,1%.