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Natixis: Portugal melhor preparado para o fim dos estímulos do BCE
O BCE deverá retirar os estímulos à economia em 2018. Estão os países, que entre 2011 e 2013 mais problemas denotavam, numa situação económica melhor e que suportem a retirada dos estímulos? O Natixis conclui que Espanha e Portugal estão. Já Itália e França falharam.
O banco de investimento Natixis analisou a evolução estrutural de Portugal, Espanha, França e Itália entre 2014 e 2017, período pós-crise financeira na Europa que beneficiou do programa de apoio do Banco Central Europeu (BCE). Estarão estes países numa situação mais favorável para a retirada de estímulos do banco central, questiona o banco de investimento.
"A situação estrutural de França, Espanha, Itália e Portugal melhorou durante [o programa] de alívio quantitativo [do BCE]? Se a resposta for não, o fim do programa de alívio pode recomeçar uma crise de dívida que a sua implementação parou", realça o Natixis.
Em relação aos países em análise, quando analisadas questões como o mercado laboral, o potencial crescimento, a competitividade, a indústria, o comércio internacional e as finanças públicas, "vemos melhorias estruturais entre 2014 e 2017 em Espanha e Portugal, mas não em Itália e ainda menos em França."
Por áreas, o banco de investimento diz que o mercado laboral "melhorou em Espanha e Portugal, mas muito menos em França e Itália". Já "os ganhos de produtividade e o potencial crescimento não aumentaram em lado nenhum", com o potencial de crescimento a cair mesmo em França.
Portugal registou melhorias também ao nível da solvência orçamental, assim como Itália e Espanha. Já em França o cenário deteriorou-se.
"O programa de alívio quantitativo [do BCE] pôs fim à crise de dívida pública na Zona Euro, que durou de 2011 a 2013, mas este programa vai chegar ao fim. Para prevenir o reaparecimento da crise, a situação estrutural da economia em França, Espanha, Itália e Portugal tem de estar melhor agora do que em 2014", realça o Natixis.
"Estão França, Espanha, Itália e Portugal com uma saúde económica melhor do que em 2014?" A resposta não é idêntica para todos os países em análise. "Vemos uma melhoria estrutural em Espanha e Portugal entre 2014 e 2017, mas não em Itália e ainda menos em França", adiantam os analistas desta casa de investimento.