Notícia
Introdução de portagens nas SCUT afastou emprego e empresas
Contas feitas, perderam-se 16 empresas e 218 empregos por cada um dos 59 concelhos atravessado pelas SCUTS. Esta é uma estimativa dos custos económicos da introdução de portagens em 2010 e 2011.
A introdução de portagens nas SCUTS bara baixar défice orçamental não significou só mais despesa para os utilizadores destas autoestradas; também impôs outros custos económicas de médio e longo prazo, em particular para os dos municípios servidos por estas ligações rodoviárias. Um recente estudo publicado no "think tank" alemão Ifw conclui que a introdução de portagens em 2010 e 2011 destruiu, em média, 16 empresas e 218 empregos em cada um dos 59 concelhos atravessados pelas SCUTS.
"No contexto português, as portagens nas auto-estradas tiveram efeitos negativos claros no número de empresas e na expansão do emprego", lê-se na conclusão do artigo "Do Toll-free Highways foster firm formatoin and employment growth?", onde se acrescenta que, face a estes resultados, "a introdução de portagens em auto-estradas que antes eram grátis – o que pode ter sido inevitável por razões orçamentais no curto prazo – parece impor um custo substancial à economia portuguesa no longo prazo", escrevem David Audretsch, Dirk Dohse e João Pereira dos Santos, que analisam os impactos nas economias municipais em 2013.
Para chegarem às conclusões, os autores comparam o número de empresas e empregos em 278 concelhos nacionais no período compreendido entre 2007 e 2013, distinguindo entre o antes e depois da introdução de portagens (que ocorreu entre Outubro de 2010 e Dezembro de 2011), e comparando os concelhos que são e os que não são atravessados por SCUTS. Na análise procuram ainda diferenciar os resultados por vários sectores de actividade e dimensão das empresas.
Para garantir que identificam os efeitos específicos das estradas, os três economistas levam também em conta os efeitos de outras variáveis que influenciam a criação de empresas e emprego como a densidade populacional, a percentagem de população em idade de trabalho, o desemprego regional e o ciclo económico municipal, medido por um índice de vendas; ou, na frente política e institucional, as taxa de imposto municipal, a longevidade do presidente da Câmara e a coincidência entre a cor política do presidente da Câmara e a do partido de Governo.
Os resultados não deixam margens para dúvidas: "a introdução de portagens teve um efeito negativo significativo tanto no número total de empresas privadas como no número de trabalhadores nestas empresas dos municípios atravessados por auto-estradas SCUT", escrevem nos resultados, notando que os efeitos são heterogéneos, afectando mais empresas maiores e do sector da indústria. Os municípios não atravessados pelas SCUTS, mas próximos destas também foram afectados. "O número de empresas e de empregos nos municípios mais distantes também são afectados, o que é evidente em particular para as empresas da indústria e para as empresas maiores, com mais de 10 empregados", escrevem os três economistas.
Os autores consideram os resultados "plausíveis" pois "grande parte das empresas de serviços servem os mercados locais, enquanto as empresas da indústria servem mercados mais distantes e são por isso mais dependentes da utilização de autoestradas baratas", explica por e-mail João Pereira dos Santos, acrescentando que "além disso, uma vez que micro-empresas não parecem ser muito afe ctadas, a implementação de portagens teve um impacto negativo significativo nas empresas maiores", também elas mais dependente de mercados mais longínquos.
"No contexto português, as portagens nas auto-estradas tiveram efeitos negativos claros no número de empresas e na expansão do emprego", lê-se na conclusão do artigo "Do Toll-free Highways foster firm formatoin and employment growth?", onde se acrescenta que, face a estes resultados, "a introdução de portagens em auto-estradas que antes eram grátis – o que pode ter sido inevitável por razões orçamentais no curto prazo – parece impor um custo substancial à economia portuguesa no longo prazo", escrevem David Audretsch, Dirk Dohse e João Pereira dos Santos, que analisam os impactos nas economias municipais em 2013.
Para garantir que identificam os efeitos específicos das estradas, os três economistas levam também em conta os efeitos de outras variáveis que influenciam a criação de empresas e emprego como a densidade populacional, a percentagem de população em idade de trabalho, o desemprego regional e o ciclo económico municipal, medido por um índice de vendas; ou, na frente política e institucional, as taxa de imposto municipal, a longevidade do presidente da Câmara e a coincidência entre a cor política do presidente da Câmara e a do partido de Governo.
Os resultados não deixam margens para dúvidas: "a introdução de portagens teve um efeito negativo significativo tanto no número total de empresas privadas como no número de trabalhadores nestas empresas dos municípios atravessados por auto-estradas SCUT", escrevem nos resultados, notando que os efeitos são heterogéneos, afectando mais empresas maiores e do sector da indústria. Os municípios não atravessados pelas SCUTS, mas próximos destas também foram afectados. "O número de empresas e de empregos nos municípios mais distantes também são afectados, o que é evidente em particular para as empresas da indústria e para as empresas maiores, com mais de 10 empregados", escrevem os três economistas.
Os autores consideram os resultados "plausíveis" pois "grande parte das empresas de serviços servem os mercados locais, enquanto as empresas da indústria servem mercados mais distantes e são por isso mais dependentes da utilização de autoestradas baratas", explica por e-mail João Pereira dos Santos, acrescentando que "além disso, uma vez que micro-empresas não parecem ser muito afe ctadas, a implementação de portagens teve um impacto negativo significativo nas empresas maiores", também elas mais dependente de mercados mais longínquos.