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Inflação na OCDE ultrapassa os 10% e atinge valor mais alto em 34 anos

No mês de junho, a variação de preços no espaço dos países da organização atingiu os dois dígitos. É o valor mais elevados desde junho de 1988. Cerca de um terço dos países da OCDE já regista taxas acima de 10%.

Para a indústria portuguesa, como a de têxtil ou cerâmica, o aumento dos preços da energia figura como o principal impacto da guerra na Ucrânia.
Kacper Pempel/Reuters
03 de Agosto de 2022 às 11:00
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É o valor mais elevados dos últimos 34 anos. A inflação atingiu os 10,3% na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), com os preços dos alimentos e dos produtos energéticos a terem o maior contributo.

"A inflação anual na OCDE, medida pelo índice de preços no consumidor (IPC), subiu para 10,3% em junho de 2022, face aos 9,7% em maio de 2022", refere a organização sediada em Paris, acrescentando que "este valor representa o aumento mais acentuado dos preços desde junho de 1988", ou seja, 34 anos.

A explicar esta subida de 0,6 pontos percentuais continuam os preços dos produtos alimentares e energéticos. "A inflação anual, que continua a ser afetada pelos preços dos produtos alimentares e energéticos, aumentou em todos os países" refere a OCDE, apesar das exceções registadas na Alemanha, Japão e Países Baixos.

"Cerca de um terço dos países da OCDE registou uma inflação de dois dígitos, com a taxa mais elevada registada na Turquia (78,6%)", detalha a organização. Em contrapartida, a taxa mais baixa foi registada no Japão (2,4%).

A inflação subjacente atingiu os 6,7% em junho, contra os 6,4% de maio.

Energia e alimentos puxam pela inflação

De acordo com os dados da OCDE, "os preços dos produtos alimentares continuaram a aumentar fortemente, atingindo 13,3% em junho de 2022, contra 12,6% em maio, o aumento mais forte dos preços dos alimentos desde julho de 1975".

Os produtos energéticos também mantêm uma trajetória de subida, tendo atingido em junho os 40,7%, acima dos 35,4% de maio.

A inflação anual na média dos países do G7 - os mais ricos do mundo - chegou aos 7,9% junho, face aos 7,5% em maio. A subida mais forte foi registada em Itália (1,1 pontos percentuais), seguida pela França (0,6 pontos percentuais).

"Os preços da energia continuaram a dar o principal contributo para a inflação em França, Alemanha, Itália e Japão, enquanto a inflação excluindo alimentos e energia impulsionou a inflação no Reino Unido e nos Estados Unidos", refere a OCDE.

Na Zona Euro, a inflação subiu para 8,6% em junho, contra 8,1% em maio de 2022, também devido as "fortes aumentos entre maio e junho de 2022, tanto na inflação dos preços dos produtos alimentares como da energia", aponta a organização. A estimativa rápida do Eurostat para a Zona Euro aponta para um novo aumento da inflação homóloga em julho (para 8,9%).

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