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Rendimento real das famílias per capita cai 1,1% no primeiro trimestre na OCDE

A justificar a queda no rendimento real das famílias per capita está a elevada inflação, que tem corroído o poder de compra dos trabalhadores. O primeiro trimestre do ano foi o quarto consecutivo em que o PIB per capita supera o rendimento familiar per capita.

Apesar das sucessivas mexidas nos últimos anos, os efeitos do enorme aumento de impostos ainda não estão totalmente diluídos.
Ricardo Almeida
04 de Agosto de 2022 às 11:00
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O rendimento real das famílias per capita caiu 1,1% no primeiro trimestre nos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). A impulsionar esta queda esteve a inflação, sendo este o quarto trimestre consecutivo em que o PIB per capita supera o rendimento familiar per capita.

"A queda no rendimento real das famílias per capita no primeiro trimestre de 2022 deveu-se, em parte, a aumentos nos preços ao consumidor, que prejudicaram o rendimento familiar em termos reais", explica a OCDE, em comunicado, um dia depois de ter divulgado que a inflação na OCDE ultrapassou os 10% em junho.

Entre as sete economia mais industrializadas do mundo (G7), o impacto da inflação nas famílias nos primeiros três meses do ano foi "particularmente claro na França, onde o rendimento real das famílias per capita caiu 1,9%", e na Alemanha, onde recuou 1,7%, acima da média da OCDE.

Na Europa, a forte subida da inflação contribuiu também para que o rendimento real das famílias per capita registassem quedas superiores a 5%, como foi o caso da Áustria (menos 5,5%). A vizinha Espanha viu também o rendimento das famílias recuar 4,1%, enquanto nos Estados Unidos a queda foi de 1,8%.

Em contraciclo, o Canadá registou um crescimento no rendimento real das famílias per capita de 1,5% no primeiro trimestre. "Isto deveu-se principalmente ao crescimento das remunerações dos trabalhadores, que aumentaram 3,8% em termos nominais no primeiro trimestre de 2022", explica a OCDE.

Também em Portugal, o rendimento real das famílias per capita subiu ligeiramente 0,96% no primeiro trimestre, assim como em Itália (mais 0,3%) e Grécia (mais 4,3%).


A OCDE nota ainda que, em média, o rendimento real das famílias é agora 2,9% superior ao registado no quarto trimestre de 2019, enquanto o PIB real é 1,6% superior. Isso deve-se ao facto de o rendimento das famílias não estar a acompanhar o crescimento económico, o que tem reduzido essa difrença desde o início de 2021.
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