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Inflação acelera nas principais economias europeias e ameaça retoma

Na Alemanha e Espanha, a taxa de inflação em novembro atingiu máximos de 1992. Itália enfrenta máximos de setembro de 2008 e França lida com subida homóloga de 2,8%. Com a inflação sem dar sinais de abrandar, têm se multiplicado os alertas de que a retoma económica poderá ficar comprometida.

Bloomberg
15 de Dezembro de 2021 às 15:38
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A subida da inflação em plena pandemia tem trazido à memória a experiência dramática dos anos 70, em que à subida generalizada dos preços se juntou um recuo no crescimento económico. Após ter tocado máximos de 39 anos nos EUA, a inflação na Europa dá sinais também de ter vindo para ficar enquanto a retoma económica é ainda frágil. 

Na Alemanha, a inflação homóloga subiu para 5,2% em novembro, sendo este o nível mais alto desde junho de 1992. A taxa de inflação naquela que é a maior economia europeia tem aumentado há seis meses consecutivos e, segundo o instituto de estudos económicos Ifo, "não se espera" que a inflação volte ao normal "até 2023".

Esta quarta-feira, também a França, Espanha e Itália (que completam o quarteto das principais economias europeias) divulgaram as respetivas taxas de inflação registadas em novembro. Os dados servem de barómetro para o bloco europeu, cujos dados conjuntos sobre a inflação serão divulgados esta sexta-feira pelo gabinete de estatísticas Eurostat. 

No caso da vizinha Espanha, a inflação atingiu máximos de 29 anos em novembro. Segundo os dados do instituto de estatísticas espanhol, o país registou uma subida hómologa de 5,5% na inflação, impulsionada sobretudo pela subida acentuada dos preços dos alimentos e dos combustíveis.

Já em França, os preços ao consumidor aumentaram 2,8% em novembro, em comparação com igual período do ano passado, depois de ter sido inicialmente revelado que a inflação no país tinha atingido os 3,4%, o que corresponderia a máximos de 13 anos. Ainda assim, a inflação ficou 0,2 pontos percentuais acima do registado em outubro.

O mesmo aconteceu em Itália, onde os dados inicialmente revelados pelo gabinete de estatísticas italiano apontavam para uma subida de 3,8%, em relação a novembro de 2020. O valor foi, no entanto, revisto para 3,7%, ficando ainda assim em máximos desde setembro de 2008, quando a inflação atingiu os 3,8%.

Ameaças à retoma económica
Com a inflação a subir, têm se multiplicado os alertas de que a retoma económica poderá abrandar. O presidente do Banco de Espanha, Pablo Hernández de Cos, já avisou que poderá rever em baixa das previsões de crescimento da economia espanhola para o quarto trimestre e no início de 2022. 

A juntar a isso, na sequência da divulgação dos dados finais da inflação em Espanha, a Fundación de las Cajas de Ahorro (Funcas) reviu em alta a previsão de inflação para dezembro, subindo-a de 5,2% para 5,8%.

Em França e Itália teme-se também uma retoma económica mais ténue. Já na Alemanha, o Ifo reviu em baixa as perspetivas de crescimento da economia germânica para o próximo ano. Ao invés dos 5,1% inicialmente previstos, o Ifo estima agora que a maior economia europeia cresça 3,7% em 2022.

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