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Indicador da OCDE para a economia portuguesa está em queda há 10 meses

A OCDE reviu em alta o indicador para a economia portuguesa relativo aos últimos meses, mas a trajetória é a mesma: o PIB vai continuar em desaceleração.

Miguel Baltazar/Negócios
Tiago Varzim tiagovarzim@negocios.pt 11 de Junho de 2019 às 11:00
Os valores dos últimos meses do indicador da OCDE para a economia portuguesa foram revistos ligeiramente em alta, mas a tendência não mudou. O PIB deverá continuar a desacelerar nos próximos seis a nove meses. O indicador continua em mínimos de seis anos, ou seja, de 2013. Os dados foram divulgados esta terça-feira, 11 de junho, e indicam que a economia mundial também continuará a travar. 

indicador compósito avançado de abril divulgado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) - um indicador que foi desenhado para detetar pontos de viragem nos ciclos económicos entre seis a nove meses - para a economia portuguesa está em queda há dez meses consecutivos, situando-se atualmente nos 98,28 pontos, abaixo dos 100 pontos, o que antecipa uma desaceleração no médio prazo.

Na economia europeia a tendência de travagem do crescimento económico também é bastante visível. A média da Zona Euro é de 99,09 pontos, sendo que a maior parte dos países tem um "score" melhor do que de Portugal. Apenas a Eslovénia está atrás com 97,76 pontos. Espanha, por exemplo, registou 99 pontos em abril.

Já em 2018 a economia portuguesa desacelerou face a 2017, passando de um crescimento de 2,8% para 2,1%. Para 2019 o Ministério das Finanças reviu em baixa o crescimento no Programa de Estabilidade em abril para 1,9%, o que ainda assim fica acima da maior parte das previsões das instituições internacionais. Para já, os sinais parecem ser positivos: no primeiro trimestre deste ano, o PIB acelerou ligeiramente em linha com a aceleração da média da Zona Euro.

No entanto, o contexto internacional continua a deteriorar-se com a maior parte das economias avançadas a caminhar gradualmente para uma travagem económica mais profunda. Tanto os Estados Unidos como o Japão e o Canadá vão continuar a assistir a uma progressiva desaceleração do crescimento do PIB nos próximos meses.

Na Europa, França continua a ser uma das poucas boas notícias. A economia francesa continua a apontar para sinais de estabilização do ritmo de crescimento económico graças à melhoria da confiança dos consumidores, das vendas de carros e a contenção dos preços.

O mesmo acontece na China onde o crescimento económico é considerado "estável" em abril, mês em que ainda não estavam em vigor as mais recentes tarifas impostas pelos EUA.

A OCDE identifica também os mesmos sinais de estabilização no que toca ao Reino Unido, ainda que a tendência de crescimento continue "à volta de taxas historicamente baixas". "Contudo, a margem de erro grande mantém-se devido à contínua incerteza do Brexit", alerta a Organização.
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