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Importações crescem o triplo das exportações no primeiro trimestre de 2019

As compras ao exterior cresceram a um ritmo três vezes superior ao das vendas ao exterior em Portugal de janeiro a março de 2019.

Paulo Duarte
10 de Maio de 2019 às 11:03
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As exportações de bens cresceram 4% no primeiro trimestre deste ano, o que compara com um crescimento de 13,4% das importações no mesmo período. Os dados foram publicados esta sexta-feira, 10 de maio, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e não incluem os serviços.

"No 1º trimestre de 2019, as exportações e as importações de bens aumentaram respetivamente, 4% e 13,4% face ao 1º trimestre de 2018 (5% e 11,6%, pela mesma ordem, no trimestre terminado em fevereiro de 2019)", revelou o INE. Recorde-se que estes dados não são deflacionados, ou seja, não descontam a evolução dos preços dos bens importados e exportados.

O resultado desta evolução é o agravamento significativo da balança comercial entre janeiro e março de 2019, em termos homólogos. O défice comercial de bens fixou-se em 1.827 milhões de euros, quase três vezes mais do que registado no mesmo período do ano passado (636 milhões de euros). Como a base das importações é maior do que a das exportações, os crescimentos percentuais que se verificam atualmente penalizam ainda mais a balança comercial.

A degradação do saldo comercial de bens tem sido constante desde 2016, mas pode haver boas razões: há indícios de que a subida dos preços, o efeito dos combustíveis (potencialmente temporário) e a compra de material para investimento (tendencialmente positivo para o crescimento da economia) estejam a provocar este aumento do défice comercial. 

Em termos de bens exportados, o material de transporte, nomeadamente os automóveis para transporte de passageiros, destaca-se pela positiva com um crescimento de 32% no primeiro trimestre. Por outro lado, as exportações de produtos transformados de combustível e lubrificantes baixaram 23%. 

Em termos de bens importados, praticamente todas as categorias registaram subidas em termos homólogos no primeiro trimestre. Aqui o destaque vai também para o material de transporte, mas neste caso para o outro material de transporte que cresceu 120%. Em fevereiro o INE tinha dado conta de como estavam a ser importados mais aviões e as suas partes.

Quanto a parceiros comerciais, do lado das exportações, os seis países que são os "maiores clientes" de Portugal compraram mais bens às empresas nacionais, principalmente Itália que registou uma subida de 25,8% de janeiro a março de 2019 devido à compra de automóveis. Por outro lado, Holanda, Angola, Brasil e Bélgica compraram menos bens a Portugal, penalizando assim o comércio extra-UE que caiu 0,2%.

Do lado das importações, Portugal comprou mais a todos os seus principais parceiros comerciais, principalmente França que registou um crescimento de 42,9% devido à importação de aviões e suas partes. Nota também para o crescimento das importações da China de 43,7%. As importações portuguesas tanto cresceram na Zona Euro como no comércio extra-UE. 

Exportações e importações travam em março
Analisando apenas o mês de março isolado, as exportações de bens cresceram 3,8% (4,7% em fevereiro) e as importações cresceram 12,1% (12,7% em fevereiro).

Excluindo os combustíveis e lubrificantes - uma categoria que historicamente é mais volátil por causa da variação dos preços -, as exportações aumentaram 5,5% e as importações cresceram 12,5% (7,4% e 13,2%, respetivamente, em fevereiro de 2019). Nessa ótica, o défice comercial foi mais baixo: 1.458 milhões de euros.

Nesse mês um dos efeitos que penalizou as exportações nacionais foi o decréscimo nos combustíveis e lubrificantes (-21%), "ainda justificado em parte pelas manutenções ocorridas nas refinarias nacionais", explica o INE. 

(Notícia atualizada às 11h30 com mais informação)
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