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Governo espera mais crescimento e menos desemprego em 2015

Não obstante a degradação recente da conjuntura externa, a proposta de Orçamento do Estado mantém-se assente numa previsão de crescimento do PIB de 1,5% em 2015. O Governo espera que as exportações continuem a acelerar, assim como o consumo e o investimento. Já a taxa de desemprego deverá cair para 13,4%, mas a criação de emprego será menor.

15 de Outubro de 2014 às 17:27
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A proposta de Orçamento do Estado para 2015 permanece assente numa previsão de crescimento da economia portuguesa de 1,5%, não obstante a degradação recente da conjuntura externa, designadamente na Alemanha. O Governo espera que as exportações continuem a acelerar, assim como o consumo privado e o investimento. Com sinal negativo, permanece apenas o consumo público. Já a taxa de desemprego deverá cair para 13,4%.

 

No relatório que acompanha a proposta de Orçamento do Estado, o Ministério das Finanças reconhece que a incerteza associada às perspectivas económicas mundiais "permanece elevada" e que, no caso específico da Zona Euro, um factor de também "elevada incerteza" está associado à divulgação, dentro de dez dias, dos resultados dos testes de esforço aos bancos.

 

Ainda assim, assume como "centrais" as mais recentes previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) que, apesar de terem sido revistas em baixa, continuam a antecipar para 2015 uma melhoria do desempenho da economia mundial, "assente num crescimento relativamente forte dos EUA e numa melhoria da economia da União Europeia (UE), embora com uma evolução muito distinta entre os seus Estados-membros".

 

Neste pressuposto, o Executivo antecipa uma aceleração do ritmo de crescimento das exportações (de 3,7% neste ano para 4,7%), "especialmente na sua componente de serviços" – onde se encaixa o turismo –, acompanhada de uma moderação das importações "dado o elevado contributo da variação de existências registado no ano precedente".

 

O principal contributo para o crescimento de 1,5% da economia virá da procura interna (1,3 pontos percentuais, a que se acresce 0,2 pontos vindos da relação com o exterior), esperando-se uma aceleração (de 1,8% para 2%) do consumo privado e do investimento (de 1,5% para 2%).

 

A evolução do consumo privado, num ano em que a inflação acelerará para 0,7%,  "está em linha com o esperado para as remunerações e rendimento disponível, não se prevendo impactos relevantes na taxa de poupança, nem no actual ritmo de redução do endividamento". Por outro lado, acrescenta o Governo, "o aumento do investimento, principalmente empresarial e na sua componente de máquinas e equipamentos, traduz a necessidade de aumentar a utilização da capacidade produtiva, e a sua actualização, facto que é consonante com o crescimento esperado no emprego, com o aumento da procura global e com a progressiva normalização das condições de financiamento, não obstante a continuada necessidade de correcção do endividamento", justificam as Finanças.

 

Dada a expectativa de continuado crescimento das exportações, é de esperar que o ajustamento das contas externas continue. "O saldo conjunto da balança corrente e de capital deverá fixar-se em 1,5% do PIB, aumentando a capacidade líquida de financiamento da economia portuguesa, ao mesmo tempo que a balança corrente deverá atingir um excedente equivalente a 0,4% do PIB", lê-se no relatório, embora os quadros inscrevam um saldo corrente de 0,3%.

 

A taxa de desemprego deverá continuar a descer no próximo ano para 13,4% (menos 0,8 pontos percentuais face ao esperado para 2014) mas deverá ser acompanhada de um "crescimento do emprego ligeiramente inferior ao registado em 2014, dado o seu maior desfasamento face aos desenvolvimentos da actividade económica, bem como por não ser expectável que o elevado ritmo de recuperação do mercado de trabalho seja compatível com a aproximação ao desemprego estrutural".

 

 

 

 

 

 

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