Notícia
FMI corta previsão de crescimento de Portugal para 3,9% este ano
Tendo sofrido menos em 2020 do que o inicialmente admitido, a economia portuguesa vai agora crescer muito menos este ano do que o FMI admitia em outubro. Já o resto do mundo vai avançar mais depressa.
O Fundo Monetário Internacional cortou a previsão de crescimento para a economia portuguesa este ano para 3,9%, indo assim ao encontro do que espera o Banco de Portugal, que também atualizou projeções recentemente. Já para 2022 as expectativas da instituição liderada por Kristalina Georgieva mantêm-se, continuando mais prudentes do que as do banco central. Os números foram revelados esta terça-feira, na atualização de abril do World Economic Outlook.
Em vez dos 6,5% de crescimento que o FMI esperava que Portugal atingisse este ano, a economia nacional vai afinal ficar aquém dos 4%, diz agora o Fundo. Já para 2022, a projeção mantém-se: o país deverá ganhar ritmo, antecipando-se um crescimento da atividade económica de 4,8%. No final das contas, como a recessão de 2020 foi menos profunda do que o esperado pelo FMI – Portugal caiu 7,6%, quando a instituição contava com uma contração de 10% – o nível da atividade económica prevista é sensivelmente o mesmo.
Já para o mercado de trabalho a expectativa é agora um pouco mais negativa. Para 2021 a projeção da taxa de desemprego mantém-se inalterada em 7,7%, mas para 2022 foi revista em alta. O FMI antecipa agora uma melhoria apenas ligeira, com a taxa a descer para 7,3%, quando em outubro esperava que pudesse cair já para 6,9%.
A evolução dos preços deverá manter-se contida, com a inflação a ficar em 0,9% este ano e em apenas 1,2% em 2022.
João Leão, ministro das Finanças português, prepara-se também para rever a sua projeção de crescimento para 2021 em baixa. Os novos números deverão ser apresentados no âmbito da atualização do Programa de Estabilidade e Crescimento, prevista para a próxima semana.
FMI revê crescimento em alta mas avisa para as divergências
Para a economia mundial, o FMI reviu o crescimento de 2021 em alta. A explicar esta correção está a expectativa agora de um comportamento mais forte dos Estados Unidos – associado ao pacote de estímulos da administração de Joe Biden – mas um desempenho mais fraco da economia europeia.
O Fundo está particularmente preocupado com os ritmos divergentes de saída da crise e nota que essas diferenças estão acentuadas tanto entre regiões do globo, como entre países e também dentro de cada economia.
Por exemplo, os peritos notam que a China recuperou o seu nível de atividade pré-pandemia já em 2020, os Estados Unidos deverão alcançar esse nível este ano, mas as restantes economias avançadas só deverão conseguir lá chegar em 2022. Os outros países emergentes, por seu lado, só deverão conseguir recuperar o nível de atividade pré-pandemia em 2023.
"As perdas de produção foram particularmente grandes nos países dependentes do turismo e de exportação de matérias-primas e para os que têm uma capacidade de resposta mais limitada", sublinha o documento. Depois, mesmo dentro de cada país, a população sofreu de forma diferente. A contração teve "impactos particularmente severos no emprego e nos rendimentos de determinados grupos", continua o documento, destacando "os jovens, as mulheres, os trabalhadores com níveis de escolaridade mais baixos e os trabalhadores informais".
O resultado é o aumento da desigualdade de forma expressiva: "Estimam-se que mais quase 95 mil pessoas tenham caído num nível de pobreza extrema, face ao que era esperado antes da pandemia", sublinha o FMI. A isto somam-se impactos educacionais mais negativos nos países de baixos rendimentos e em desenvolvimento, com especial incidência entre os alunos de famílias mais pobres, uma vez que tiveram mais dificuldade em lidar com a necessidade de encerramento do ensino presencial.
O FMI indica que a incerteza no horizonte de projeção mantém-se elevada, mas que no curto prazo os riscos estão equilibrados, admitindo-se até um desempenho melhor do que o previsto no mais longo prazo. Os países terão de conseguir adaptar as suas respostas às várias fases da pandemia e da crise, procurando afinar os apoios para manter o suporte por tanto tempo quanto for necessário e evitar retiradas bruscas das medidas. Ao mesmo tempo, devem preparar uma saída da crise que promova o combate às alterações climáticas e a digitalização, defende o FMI.
Em vez dos 6,5% de crescimento que o FMI esperava que Portugal atingisse este ano, a economia nacional vai afinal ficar aquém dos 4%, diz agora o Fundo. Já para 2022, a projeção mantém-se: o país deverá ganhar ritmo, antecipando-se um crescimento da atividade económica de 4,8%. No final das contas, como a recessão de 2020 foi menos profunda do que o esperado pelo FMI – Portugal caiu 7,6%, quando a instituição contava com uma contração de 10% – o nível da atividade económica prevista é sensivelmente o mesmo.
A evolução dos preços deverá manter-se contida, com a inflação a ficar em 0,9% este ano e em apenas 1,2% em 2022.
João Leão, ministro das Finanças português, prepara-se também para rever a sua projeção de crescimento para 2021 em baixa. Os novos números deverão ser apresentados no âmbito da atualização do Programa de Estabilidade e Crescimento, prevista para a próxima semana.
FMI revê crescimento em alta mas avisa para as divergências
Para a economia mundial, o FMI reviu o crescimento de 2021 em alta. A explicar esta correção está a expectativa agora de um comportamento mais forte dos Estados Unidos – associado ao pacote de estímulos da administração de Joe Biden – mas um desempenho mais fraco da economia europeia.
O Fundo está particularmente preocupado com os ritmos divergentes de saída da crise e nota que essas diferenças estão acentuadas tanto entre regiões do globo, como entre países e também dentro de cada economia.
Por exemplo, os peritos notam que a China recuperou o seu nível de atividade pré-pandemia já em 2020, os Estados Unidos deverão alcançar esse nível este ano, mas as restantes economias avançadas só deverão conseguir lá chegar em 2022. Os outros países emergentes, por seu lado, só deverão conseguir recuperar o nível de atividade pré-pandemia em 2023.
"As perdas de produção foram particularmente grandes nos países dependentes do turismo e de exportação de matérias-primas e para os que têm uma capacidade de resposta mais limitada", sublinha o documento. Depois, mesmo dentro de cada país, a população sofreu de forma diferente. A contração teve "impactos particularmente severos no emprego e nos rendimentos de determinados grupos", continua o documento, destacando "os jovens, as mulheres, os trabalhadores com níveis de escolaridade mais baixos e os trabalhadores informais".
O resultado é o aumento da desigualdade de forma expressiva: "Estimam-se que mais quase 95 mil pessoas tenham caído num nível de pobreza extrema, face ao que era esperado antes da pandemia", sublinha o FMI. A isto somam-se impactos educacionais mais negativos nos países de baixos rendimentos e em desenvolvimento, com especial incidência entre os alunos de famílias mais pobres, uma vez que tiveram mais dificuldade em lidar com a necessidade de encerramento do ensino presencial.
O FMI indica que a incerteza no horizonte de projeção mantém-se elevada, mas que no curto prazo os riscos estão equilibrados, admitindo-se até um desempenho melhor do que o previsto no mais longo prazo. Os países terão de conseguir adaptar as suas respostas às várias fases da pandemia e da crise, procurando afinar os apoios para manter o suporte por tanto tempo quanto for necessário e evitar retiradas bruscas das medidas. Ao mesmo tempo, devem preparar uma saída da crise que promova o combate às alterações climáticas e a digitalização, defende o FMI.