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ISEG estima queda do PIB até 5,6% no primeiro trimestre com descida “substancial” do consumo

Os economistas do ISEG apontam para um aprofundamento da quebra da atividade nos primeiros dois meses deste ano, que terão levado o PIB a cair até 3,5% face ao quarto trimestre e até 5,6% face ao período homólogo.

Bloomberg
06 de Abril de 2021 às 12:27
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Os economistas do ISEG estimam que o confinamento geral decretado no início deste ano tenha provocado novo rombo na economia portuguesa, com uma quebra "substancial" do consumo privado a penalizar fortemente a atividade.

Na Síntese de Conjuntura, revelada esta terça-feira, 6 de abril, o ISEG projeta que nos primeiros três meses deste ano o PIB tenha decrescido entre 2,5% e 3,5% face ao último trimestre do ano passado, e entre 4,6% e 5,6% face ao mesmo período do ano anterior.

Com base nos dados quantitativos disponíveis para o primeiro trimestre, os economistas identificam um aprofundamento da queda da atividade em janeiro e fevereiro, devido às restrições de atividade impostas pelo segundo confinamento, "seguida de uma melhoria relativa em março, após o início do desconfinamento parcial, mas também devido ao efeito base do primeiro confinamento presente na comparação homóloga".

"Em março, os indicadores de Clima e Sentimento Económico, com a perspetiva do início do desconfinamento a partir de meados do mês, registaram uma subida relevante", aponta o relatório, acrescentando que também os indicadores de confiança setoriais "cresceram pronunciadamente" na indústria, comércio a retalho e nos serviços.

Apesar das melhorias observadas em março, um mês de transição entre o confinamento mais rigoroso e o início de algumas medidas de desconfinamento, os especialistas sintetizam que o primeiro trimestre ter-se-á caracterizado, no geral, por um decréscimo da atividade em relação ao quarto trimestre de 2021 devido ao confinamento mais apertado que vigorou durante dois terços do período em análise.

Como principal efeito do confinamento, a síntese destaca "uma queda substancial do Consumo Privado, razoavelmente mais pronunciada do que no quarto trimestre de 2020, um provável crescimento homólogo do Consumo Público, em linha com os valores registados nos dois trimestres anteriores, e uma evolução um pouco mais negativa do Investimento, onde a componente da Construção deverá ter continuado positiva mas poderá ter crescido menos".

No que respeita à procura externa, o contributo para o PIB trimestral deverá continuar negativo, devido às Exportações de serviços, ou seja, à procura turística externa, ainda que tenha sido provavelmente menos acentuado do que no quarto trimestre, também devido a efeito base.

A economia portuguesa conseguiu crescer 0,2% nos últimos três do ano passado, face ao trimestre anterior, tendo recuado, porém, 6,1% face ao período homólogo de 2019.

No conjunto do ano, o PIB contraiu 7,6%, uma quebra histórica que não encontra precedentes na atual série estatística do INE.

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