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Exportações acentuam queda em Junho

As exportações de bens acentuaram a queda, em Junho, num mês em que as importações também caíram, mas a um ritmo inferior ao observado em Maio, de acordo com os dados do INE.

Bruno Simão
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As exportações de bens caíram 2% em Junho face ao período homólogo do ano anterior, enquanto as importações diminuíram 0,4%. Os dados, divulgados esta terça-feira, 9 de Agosto, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), evidenciam o desempenho negativo do comércio internacional com países fora da União Europeia (extra-UE), com os quais se registam quedas relevantes tanto nas importações, como nas exportações de mercadorias. Já para dentro da União Europeia (intra-UE) registaram-se aumentos nas compras e nas vendas.

"Em Junho de 2016, em termos das variações homólogas mensais, as exportações decresceram 2,0% (-1,1% em Maio de 2016), em resultado da redução de 14,3% registada no comércio extra-UE (-10,2% em Maio de 2016), dado que as exportações intra-UE aumentaram 2,8% (+2,2% em maio de 2016)", lê-se na nota do INE, que sublinha o mau momento das compras feitas por parceiros comerciais fora da União Europeia.

Do lado das compras portuguesas ao exterior, "as importações diminuíram 0,4% (-3,8% em Maio de 2016), traduzindo o impacto da diminuição das importações extra-UE em 2,4% (-20,0% em maio de 2016), já que as importações intra-UE cresceram 0,2% (+2,3% em maio de 2016)", avança ainda o instituto de estatística.


Combustíveis determinantes

A queda do preço dos combustíveis tem sido determinante na evolução dos dados divulgados pelo INE que se reportam a compras e vendas em valor (e não em volume de compras e vendas, que é a medida usada para calcular as taxas de crescimento reais de importações e exportações usadas habitualmente nas previsões anuais). Na verdade, sem combustíveis e lubrificantes, cujos preços afundaram, tanto as compras como as vendas de bens ao exterior aumentaram em Junho, diz o INE.


"Excluindo os combustíveis e lubrificantes, em Junho de 2016 as exportações aumentaram 0,5% e as importações cresceram 3,6% face a Junho de 2015 (respectivamente +1,8% e +6,6% em Maio de 2016)", diz o INE, que acrescenta que "desde Junho de 2015, as exportações e importações excluindo os combustíveis e lubrificantes têm registado crescimentos superiores aos da totalidade das exportações e importações", o que "reflecte em larga medida o impacto da redução dos preços relativos dos combustíveis e lubrificantes".


Exportações recuam 1,8% no semestre

Os números do INE dão ainda conta de uma redução das exportações nos primeiros seis meses do ano de 1,8% em termos homólogos, e também aqui se sente o efeito do preço do petróleo: excluindo combustíveis e lubrificantes, as vendas de bens ao exterior aumentaram 0,8% face aos primeiros seis meses de 2015.

Já as compras ao exterior recuaram 1,4% quando considerado o valor total das importações no primeiro semestre, sendo que sem combustíveis e lubrificantes, o INE estima um crescimento de 4,3% em termos homólogos.

As dinâmicas no mercado internacional combustíveis estão também a ser decisivas para travar um agravamento do défice externo de mercadorias. Considerando a totalidade do comércio de bens, Portugal registou um défice comercial de cinco mil milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, o que representa um agravamento de apenas 26 milhões de euros face a 2015. Mas se forem excluídos os combustíveis e lubrificantes, então o agravamento do défice comercial dispara para quase mil milhões de euros, de 2.767 milhões em 2015 para 3.709 milhões de euros este ano, uma evolução que suscita preocupação visto que os preços dos combustíveis estão fora do alcance da política económica nacional.

(Notícia actualizada às 12:15)

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