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Economia mundial a caminho da estagnação nos próximos cinco anos, avisa FMI

Instituição aponta para um crescimento inferior a 3% para este ano. A confirmarem-se as previsões de médio prazo, ou seja, num período de cinco anos, serão as piores das últimas três décadas.

Organismo liderado por Kristalina Georgieva está agora mais preocupado do que em abril.
Gian Ehrenzeller/EPA
06 de Abril de 2023 às 15:21
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Apesar da grande robustez do mercado de trabalho e da resistência do consumo privado, a economia mundial deverá crescer este ano abaixo dos 3% e, no médio prazo, ter um comportamento fraco, só visto na década de 1990.

Em resumo é esta a ideia central deixada esta quinta-feira pela diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, no discurso que marca a abertura dos encontros do Banco Mundial e do Fundo Monetário, em Washington, nos Estados Unidos.

"Depois de uma forte recuperação em 2021 chegou um choque severo na guerra na Ucrânia de amplas consequências - o crescimento global em 2022 desceu para praticamente metade, de 6,1% para 3,4%", começou por lembrar a chefe do FMI. Mas o abrandamento económico manteve-se este ano, frisou. E apesar de "um mercado de trabalho resiliente tal como o consumo nas economias avançadas", da recuperação da China devido à reabertura, a economia mundial deverá "crescer menos de 3% em 2023", apontou. Uma previsão em linha com as projeções de janeiro de 2,9%.

E levantou mais um pouco o véu sobre as previsões que serão conhecidas na próxima semana, no Economic Outlook. "Pela comparação histórica, o crescimento deverá manter-se baixo. Tanto no curto como no médio prazo, ou seja, num horizonte de cinco anos.


Tratar dos mais vulneráveis

Mas os sinais de arrefecimento económico são mais fortes nas chamadas economias avançadas. "A atividade económica está a abrandar nos EUA e na Zona Euro, onde as taxas de juro mais elevadas estão a travar a procura", afirmou Georgieva. "Cerca de 90% das economias avançadas deverão registar este ano uma quebra na taxa de crescimento", indicou.


Por isso, a diretora-geral do FMI pede que a coordenação entre os dois braços da intervenção agora em curso se mantenha. "Uma forte coordenação entre as ações da política monetária e da política orçamental que vimos nos últimos anos, evitou um resultado muito pior", afirmou. "Mas, com o aumento das tensões geopolíticas e uma inflação ainda alta, uma recuperação robusta é ilusória", o que, no entender de Georgieva, "prejudica as pessoas e os países mais vulneráveis".

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