Notícia
Compra de aviões faz importações disparar 16,6% em janeiro
As exportações de bens terminaram o ano passado em aceleração, mas começaram 2019 a desacelerar. Já as importações aceleraram com a compra de aviões a fazer disparar a variação homóloga.
As exportações de bens aumentaram 4,1% em janeiro deste ano face ao mesmo mês de 2018. Já as importações cresceram 16,6%, em termos homólogos, no arranque de 2019 - o maior crescimento percentual desde junho. Os dados foram publicados esta terça-feira, 12 de março, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O aumento notório das importações deve-se aos "acréscimos de material de transporte em 36,2%, em resultado principalmente da aquisição de outro material de transporte (maioritariamente aviões e suas partes)", explica o INE no destaque divulgado hoje. A compra ao exterior de aviões e componentes foram decisivas para o aumento (69,7%) das importações com origem em França.
Este aumento das importações de aviões e suas partes deverá ser explicado, em parte, pela compra de peças para manutenção de aviões por parte da TAP, área de negócio da empresa que duplicou nos últimos dois anos. Em 2018, a TAP foi a quarta maior importadora de Portugal.
No caso das exportações, as vendas de material de transporte (onde se inclui os carros) e de fornecimentos industriais continuaram a crescer. Contudo, a exportação de combustível caiu devido "em parte pelas manutenções ocorridas nas refinarias nacionais", nota o gabinete de estatísticas. Tal como aconteceu no conjunto de 2018, as exportações para fora da União Europeia continuaram a contrair em janeiro (-6,2%, em termos homólogos).
Excluindo os combustíveis e lubrificantes - uma categoria que historicamente é mais volátil por causa da variação dos preços -, as exportações aumentaram 4,7% e as importações cresceram 19%.
Utilizando uma análise mais alisada, considerando o trimestre terminado em janeiro, concluiu-se que as exportações continuam a crescer muito abaixo (0,9%) das importações de bens (12,5%). Ressalve-se que estes dados não estão deflacionados, ou seja, não descontam o efeito da variação dos preços.
No final do ano passado, em dezembro, as exportações aceleraram para 7,3% depois de terem contraído em novembro. Em causa esteve a greve dos estivadores que impediu durante novembro a venda de carros ao exterior, um conflito que viria a ser resolvido no início de dezembro.
No total do ano de 2018, as exportações aumentaram 5,3% ao passo que as importações cresceram 8%, agravando o défice comercial. Na ótica do PIB, as exportações desaceleraram no ano passado, contribuindo para a travagem do crescimento económico de 2,8% em 2017 para 2,1% em 2018.
Défice comercial continua a aumentar
Este desempenho das exportações abaixo das importações continua a contribuir para o alargamento do défice comercial de bens da economia portuguesa. "Em janeiro de 2019, o défice da balança comercial atingiu 1.996 milhões de euros, mais 794 milhões de euros que no mesmo mês de 2018", refere o INE. Um aumentou que não muda consideravelmente se forem excluídos os combustíveis.
Em 2018, o défice comercial engordou sobretudo devido à subida dos preços e à importação de bens para investimento, o que poderá ser positivo para a economia no futuro. Estas conclusões sugerem que a subida não é totalmente estrutural e que poderá ser revertida.
É de ressalvar que estes dados só se referem ao défice comercial nos bens, excluindo os serviços. Conjugados, os bens e os serviços apresentam um excedente comercial, em grande parte por causa do turismo (serviços). Além disso, é de assinalar que, em percentagem do PIB, pelas contas do Negócios, o défice comercial de bens atingiu os 8,5%, o que ainda fica abaixo dos 9,5% registados em 2011.
Exportações para a Alemanha sobem 17,1%
Em janeiro, as exportações de bens para a Alemanha subiram 17,1%, tendo ultrapassado neste mês a França que era o segundo principal parceiro comercial de Portugal. As exportações para Espanha também tiveram um bom desempenho ao crescer 7,4%. Por outro lado, as exportações desceram 31,2% para a Bélgica e 40,4% para o Brasil devido à queda das vendas ao exterior de combustíveis e lubrificantes.
As exportações de bens para Angola - país com que Portugal está a tentar reatar os laços económicos - contraíram 15,7% em janeiro.
Quanto às importações, o destaque vai para o crescimento de 69,7% das compras a França, como já referido, mas também para o aumento de 12,4% à Alemanha e de 6,9% a Espanha. Por outro lado, as importações com origem na Rússia deslizaram 64,1% devido à queda da compra de combustíveis e lubrificantes.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h41)
O aumento notório das importações deve-se aos "acréscimos de material de transporte em 36,2%, em resultado principalmente da aquisição de outro material de transporte (maioritariamente aviões e suas partes)", explica o INE no destaque divulgado hoje. A compra ao exterior de aviões e componentes foram decisivas para o aumento (69,7%) das importações com origem em França.
No caso das exportações, as vendas de material de transporte (onde se inclui os carros) e de fornecimentos industriais continuaram a crescer. Contudo, a exportação de combustível caiu devido "em parte pelas manutenções ocorridas nas refinarias nacionais", nota o gabinete de estatísticas. Tal como aconteceu no conjunto de 2018, as exportações para fora da União Europeia continuaram a contrair em janeiro (-6,2%, em termos homólogos).
Excluindo os combustíveis e lubrificantes - uma categoria que historicamente é mais volátil por causa da variação dos preços -, as exportações aumentaram 4,7% e as importações cresceram 19%.
Utilizando uma análise mais alisada, considerando o trimestre terminado em janeiro, concluiu-se que as exportações continuam a crescer muito abaixo (0,9%) das importações de bens (12,5%). Ressalve-se que estes dados não estão deflacionados, ou seja, não descontam o efeito da variação dos preços.
No final do ano passado, em dezembro, as exportações aceleraram para 7,3% depois de terem contraído em novembro. Em causa esteve a greve dos estivadores que impediu durante novembro a venda de carros ao exterior, um conflito que viria a ser resolvido no início de dezembro.
No total do ano de 2018, as exportações aumentaram 5,3% ao passo que as importações cresceram 8%, agravando o défice comercial. Na ótica do PIB, as exportações desaceleraram no ano passado, contribuindo para a travagem do crescimento económico de 2,8% em 2017 para 2,1% em 2018.
Défice comercial continua a aumentar
Este desempenho das exportações abaixo das importações continua a contribuir para o alargamento do défice comercial de bens da economia portuguesa. "Em janeiro de 2019, o défice da balança comercial atingiu 1.996 milhões de euros, mais 794 milhões de euros que no mesmo mês de 2018", refere o INE. Um aumentou que não muda consideravelmente se forem excluídos os combustíveis.
Em 2018, o défice comercial engordou sobretudo devido à subida dos preços e à importação de bens para investimento, o que poderá ser positivo para a economia no futuro. Estas conclusões sugerem que a subida não é totalmente estrutural e que poderá ser revertida.
É de ressalvar que estes dados só se referem ao défice comercial nos bens, excluindo os serviços. Conjugados, os bens e os serviços apresentam um excedente comercial, em grande parte por causa do turismo (serviços). Além disso, é de assinalar que, em percentagem do PIB, pelas contas do Negócios, o défice comercial de bens atingiu os 8,5%, o que ainda fica abaixo dos 9,5% registados em 2011.
Exportações para a Alemanha sobem 17,1%
Em janeiro, as exportações de bens para a Alemanha subiram 17,1%, tendo ultrapassado neste mês a França que era o segundo principal parceiro comercial de Portugal. As exportações para Espanha também tiveram um bom desempenho ao crescer 7,4%. Por outro lado, as exportações desceram 31,2% para a Bélgica e 40,4% para o Brasil devido à queda das vendas ao exterior de combustíveis e lubrificantes.
As exportações de bens para Angola - país com que Portugal está a tentar reatar os laços económicos - contraíram 15,7% em janeiro.
Quanto às importações, o destaque vai para o crescimento de 69,7% das compras a França, como já referido, mas também para o aumento de 12,4% à Alemanha e de 6,9% a Espanha. Por outro lado, as importações com origem na Rússia deslizaram 64,1% devido à queda da compra de combustíveis e lubrificantes.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h41)