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Capital Economics diz que vem aí uma crise como a de 2001

Vem aí uma desaceleração da economia mundial, mas o impacto será curto e rápido. Tal como a crise no início do século, antecipa o economista-chefe da Capital Economics.

16 de Outubro de 2018 às 08:00
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Actualmente o consenso entre as instituições internacionais é que a economia mundial vai desacelerar nos próximos anos. Mas para a Capital Economics, empresa que elabora estudos económicos, esse travão na economia será "acentuado". Dez anos depois da crise, o economista-chefe da consultora diz que o endividamento continua a pesar e há dúvidas quanto ao nível "normal" de juros. 

"Na nossa óptica, a nova desaceleração global mais provavelmente será uma como a de 2001 - que foi relativamente fraca e de curta duração - do que como a de 2008-09", escreve Neil Shearing, economista-chefe da Capital Economics, num artigo publicado esta segunda-feira, dia 15 de Outubro. O ano de 2001 ficou marcada pelo ataque terrorista às Torres Gémeas, em Nova Iorque, que reforçou a turbulência que já se vivia nos mercados financeiros.

Anteriormente ao ataque que paralisou a cidade que alberga Wall Street, a situação económica já era dominada pela incerteza. O efeito da bolha das dot.com, a crise na Argentina e o aumento dos juros por parte da Fed já faziam estragos na economia mundial, especialmente nos Estados Unidos. Apesar disso, os cortes de impostos implementados pelo então presidente George W. Bush e a política acomodatícia da Reserva Federal viria a colmatar o problema em pouco tempo. 


É uma crise da mesma dimensão e por um período limitado que consta das previsões da Capital Economics. Primeiro porque a Turquia e a Argentina parecem encaminhar-se (ou já estão) para uma nova crise profunda. Segundo porque os mercados imobiliários estão sobreaquecidos em várias cidades do mundo. Em terceiro lugar porque as economias continuam (ou estão ainda mais) endividadas e algumas estão mais frágeis, como é o caso de Itália.

Mas a grande questão para o economista-chefe da Capital Economics passa por saber qual é o "novo normal" das taxas de juro directoras dos bancos centrais, isto numa altura em que a política monetária está a deixar de ser acomodatícia. Segundo Neil Shearing, três das últimas quatro vezes em que os juros estiveram acima dos 2% resultaram numa recessão nos EUA. Além disso, 29 das 45 recessões nos países do G20 desde 1960 foram provocadas pelo aperto da política monetária. 

O analista teme que uma série de eventos com um "impacto relativo pequeno" na economia global se acumule e produza um efeito "muito maior do que a soma das suas partes". A guerra comercial poderá ser um desses eventos, ainda que sozinha não deva atingir de forma séria a economia mundial. Para tal era preciso uma escalada "significativa" do proteccionismo. 

Anteriormente, vários analistas apontaram já para 2020 uma nova crise. Foi o caso do economista Nouriel Roubini e da JP Morgan Chase.

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