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Banco de Portugal prevê que PIB só suba 1,2% em 2024

Após contração do terceiro trimestre, a recuperação será mais fraca do que era esperado em outubro. Na frente orçamental, o ano deve terminar com excedente de 1,1% do PIB e dívida nos 101,4% do PIB.

Mário Centeno, governador do Banco de Portugal
Reuters
15 de Dezembro de 2023 às 11:03
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O Banco de Portugal (BdP) reviu em baixa a previsão de crescimento para o próximo ano, admitindo agora uma subida do PIB que não deverá ir além de 1,2%, indicam novas projeções da instituição divulgadas nesta sexta-feira.

 

A instituição afasta novamente um cenário de recessão antes do final do ano, mas após a contração de 0,2% ocorrida no terceiro trimestre a recuperação será afinal mais lenta do que era antecipado há três meses, nas projeções anteriores.

 

"A economia estagnou no segundo e terceiro trimestres de 2023 e deverá manter um crescimento baixo no quarto trimestre", indica o Boletim Económico hoje publicado. Nas projeções para o crescimento em cadeia, o quarto trimestre deverá garantir uma melhoria do PIB em apenas 0,2%, e crescimentos progressivamente superiores depois disso, mas ainda curtos ao longo da primeira metade do ano.

 

"O crescimento trimestral recuperará de forma muito gradual ao longo de 2024", refere o BdP. Segundo este, "a recuperação beneficia da aceleração da procura externa, do impacto da redução da inflação sobre o rendimento real das famílias — não obstante o aumento esperado das taxas de juro reais — e do impulso dos fundos europeus sobre o investimento".

 

Já "no médio prazo, o crescimento beneficiará da dissipação gradual dos efeitos da restritividade da política monetária", com o BdP a rever em ligeira alta o crescimento esperado para 2025, agora de 2,2%. Para 2026, a projeção aponta para 2% de crescimento.

 

As projeções mantêm, entretanto, uma estimativa de 2,1% de crescimento do PIB neste ano.

 

No novo cenário do BdP, é também revista em baixa a inflação – de resto, em linha com o que fez também o Banco Central Europeu nesta quinta-feira. Para este ano, a estimativa de inflação média anual – medida pelo índice harmonizado de preços no consumidor – é de 5,3%, caindo para 2,9% em 2024 e, depois, prosseguindo nos 2% nos dois anos seguintes, em linha com a meta da política monetária.

 

A publicação deste boletim vem também acompanhada de projeções orçamentais, com as estimativas do Banco de Portugal a apontarem para que sejam significativamente superadas as metas previstas para este ano no recente Orçamento do Estado para 2024.

 

Tal como o Conselho das Finanças Públicas, a instituição liderada por Mário Centeno espera um excedente de 1,1% do PIB no saldo orçamental deste ano, bem acima dos 0,8% do PIB projetados pelo ministro das Finanças, Fernando Medina.

 

Já no próximo ano, a expectativa é menor e aponta para 0,1% do PIB de excedente apenas, seguindo-se depois mais dois anos superavitários (0,2% e 0,3% do PIB em 2025 e 2026, respetivamente).

 

O corte no rácio da dívida pública é também maior do que os 103% do PIB esperados por Medina, com o Banco de Portugal a estimar que o peso da dívida fique em 101,4% do PIB no fim do ano, já muito perto da meta de 100% do PIB.

 

Esse objetivo deverá ser concretizado em 2024, com a instituição a projetar uma descida do nível da dívida pública para 96,8% do PIB. Em 2025, a previsão é de 92,3% do PIB, e para o ano seguinte de 87,9% do PIB.

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