Notícia
Porto lança concurso para o terminal de Campanhã
Depois de uma década no papel, envolvendo um diferendo com o Governo, a obra avança a cargo do município e não deve ultrapassar os 6,4 milhões de euros.
A Câmara do Porto lançou esta terça-feira, 2 de Agosto, o "concurso de concepção" para a elaboração do terminal intermodal de Campanhã. O projecto vai finalmente sair do papel depois do acordo assinado há um ano com o Governo, sendo que o município aponta para a conclusão da obra no primeiro trimestre de 2019.
Esta nova plataforma, localizada na zona oriental da cidade, vai abranger os autocarros da STCP e dos operadores privados, os comboios urbanos e de longo curso da CP, o metro e os táxis, envolvendo também importantes acessos rodoviários à Via de Cintura Interna (VCI) e às auto-estradas circundantes (A1, A3 e A4). Inclui a construção de novas vias de acesso e lugares de estacionamento e vai retirar tráfego da rua do Freixo.
A estimativa geral da obra não deverá ultrapassar o limite de 6,4 milhões de euros, detalha o município. Até ao final de Setembro, as propostas devem ser submetidas na plataforma electrónica construída pela gestora, a empresa municipal de gestão de obras públicas (GOP). Seguem-se depois cinco meses em que decorrerão mais duas fases até à entrega final do projecto.
Segundo a autarquia liderada por Rui Moreira, eleito em 2013 como independente, este terminal vai constituir "um dos principais nós da rede de transporte público, enquanto interface estratégico de um anel de contorno da cidade do Porto, funcionando em articulação com o interface da Casa da Música e o futuro interface do Hospital de S. João".
Avança após acordo de 40 milhões
O terminal vai ser construído pelo município em terrenos cedidos pela REFER, prometidos em 2003 pelo Governo de Durão Barroso e avaliados nessa altura entre sete a oito milhões de euros. No âmbito do acordo assinado em Junho de 2015 com o executivo de Passos Coelho, "já confirmado pelo actual Governo", esses terrenos passaram para a autarquia a custo zero.
Além de desbloquear este projecto, o designado "Acordo do Porto" envolveu uma indemnização pelos terrenos do aeroporto, acertou vários diferentes antigos relacionados com a STCP, com a Metro do Porto, com a ponte do Infante e com a Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU).
Moreira falou numa "negociação dura, mas sempre leal" com a anterior maioria PSD/CDS, alertando ser um compromisso de "envergadura muito pouco comum". "Não é banal pelo seu valor económico que, feitas as contas, e se lhe imputarmos os compromissos que o Governo assume a cinco anos relativamente à SRU [cinco milhões de euros] até ultrapassa os 40 milhões de euros", destacou o autarca.