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STCP reduz prejuízo para 31,6 milhões em 2015

A empresa transportou menos passageiros em 2015, o que teve reflexos na redução da receita. A dívida, por seu lado, aumentou 2,5% e a falta de indemnizações compensatórias levou os resultados operacionais para terreno negativo.

José Rebelo/Correio da Manhã
16 de Maio de 2016 às 18:45
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A STCP registou resultados líquidos negativos de 31,6 milhões de euros em 2015, o que representa um desagravamento de 23,2 milhões de euros face às perdas de 2014, ou seja, uma melhoria de 42%. Em 2014 as perdas foram de 54,8 milhões de euros.

O Relatório e Contas de 2015 da STCP foi aprovado esta segunda-feira pelo conselho de administração e será submetido à apreciação e aprovação da assembleia-geral até ao final deste mês de Maio.

De acordo com a síntese divulgada pela empresa, a evolução dos resultados líquidos no ano passado resulta da melhoria dos resultados financeiros em 36,5 milhões de euros.

Segundo a empresa, o resultado líquido sem variação de justo valor de swap e sem indemnizações compensatórias foi negativo em 35,9 milhões de euros, o que significa uma variação negativa de 11%, correspondente a 3,7 milhões de euros.

A dívida remunerada da empresa de transporte público do Porto era no final do ano de 425,6 milhões de euros, mais 2,5% do que os 415,2 milhões de euros que registava em 2014.

Os resultados financeiros foram negativos em 10,5 milhões de euros, registando uma melhoria face aos 36,5 milhões de 2014. No total, os juros e encargos de financiamento apresentaram uma redução de 7,4 milhões de euros (-57%).

De acordo com a STCP, para esta diminuição de encargos contribuíram "as condições financeiras das operações de empréstimo contratadas com o accionista, e ainda os níveis historicamente baixos das taxas Euribor vigentes para o serviço da dívida da banca comercial, relativo às operações de médio e longo prazo".

"A perda de variação do justo valor de swap reduziu em 31,6 milhões de euros, enquanto os juros respectivos aumentaram 2,5 milhões de euros (37%)", revela ainda a empresa.

No ano passado, os resultados operacionais foram negativos em 21,1 milhões de euros, valor que representa um agravamento de 13,3 milhões de euros face a 2014 devido a provisões e à não atribuição de indemnizações compensatórias decidida pelo Executivo de Passos Coelho.

Os rendimentos operacionais atingiram cerca de 46 milhões de euros, registando uma redução de 7 milhões de euros (13%) face a 2014. "Em 2015, não houve a atribuição de subsídios à exploração, o que contribuiu para a redução dos rendimentos operacionais em cerca de 4,9 milhões de euros", sublinha a administração da STCP, assinalando que no ano passado não se verificou aumento de tarifas.

Por seu lado, os gastos operacionais foram de 67,2 milhões de euros, tendo registado um aumento de 6,3 milhões de euros, ou seja, 10%.

 

No ano passado a empresa viu diminuir o número de passageiros transportados em 7,1% face a 2014 para 69,2 milhões. A receita atingiu os 42,3 milhões de euros, menos 6,9% do que no ano anterior.

Para a administração da empresa, "2015 foi um ano sensível", tendo em conta que "condicionantes de várias ordens geraram instabilidade e uma redução da eficácia no serviço prestado".

Entre elas, refere que "a impossibilidade de contratação de pessoal, desde há alguns anos imposta pelo governo, e a expectável e natural aposentação de um conjunto significativo de funcionários, acabaram por ditar uma inevitável redução da oferta em mais de um milhão de quilómetros". Desde Outubro e até ao final do ano de 2015 a empresa contratou 60 novos motoristas.

Em 31 de Dezembro a STCP contava com 1.171 trabalhadores.

A STCP acabou por ver revertido o processo de subconcessão lançado pelo anterior Governo, que chegou a ser contratualizado com a Alsa, mas foi travado antes de o Tribunal de Contas de pronunciar.

Neste momento, Governo e autarquias da Área Metropolitana do Porto servidas pela STCP têm estado a estudar a definição de um modelo de gestão que envolva estas últimas na gestão da empresa.
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