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Bicicletas partilhadas de Lisboa custam 25 euros por ano e já estão disponíveis

O sistema de bicicletas partilhadas de Lisboa, que se chama Gira, ficou hoje disponível para todos os cidadãos, depois de três meses de testes. As 100 bicicletas ainda estão todas no Parque das Nações. A adesão varia entre 10 euros por dia e 25 euros por ano.

Gira
19 de Setembro de 2017 às 13:45
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Depois de muitos anos sem sair do papel e de quase três meses de testes, a rede de bicicletas partilhadas de Lisboa entra hoje em funcionamento pleno, acessível a qualquer cidadão que esteja disposto a pagar. Para já, e à imagem do que aconteceu na fase piloto, as bicicletas apenas estarão disponíveis na zona do Parque das Nações, prevendo-se que a rede seja depois alargada à restante cidade (não foram adiantados prazos).

 

A rede vai chamar-se Gira.Bicicletas de Lisboa, é gerida pela EMEL e deverá disponibilizar 140 estações e 1.410 bicicletas, a maioria das quais – quase mil – com assistência eléctrica. Por agora, estão disponíveis 100 bicicletas em 10 estações ao longo do Parque das Nações. A empresa de Águeda Órbita ganhou o concurso de fornecimento de bicicletas por 23 milhões de euros (por um período de oito anos), sendo a agência A Equipa responsável pelo branding.

 

Para utilizar as bicicletas é necessário fazer o download da aplicação Gira (disponível para iPhone e Android). Depois, existem três modalidades de adesão. Para residentes em Portugal estarão disponíveis os passes anual – com um custo de 25 euros – e mensal – que custará 15 euros. A estes valores acresce depois uma tarifa de utilização, quando se ultrapassarem os 30 minutos de utilização gratuita que estarão disponíveis até final do ano.

 

Este tarifário é um pouco complicado. A partir de 1 de Janeiro de 2018, os primeiros 30 minutos (que correspondem ao primeiro período) de utilização de bicicletas terão um custo de 10 cêntimos caso se trate de uma convencional e de 20 cêntimos case se trate de uma eléctrica. Os segundos 30 minutos já custarão um euro nas convencionais e dois euros nas eléctricas. Depois de cada viagem, terá de esperar 15 minutos antes de poder voltar utilizar a bicicleta.

 

De acordo com o comunicado enviado às redacções, as tarifas de utilização "têm como objectivo promover a utilização do sistema para viagens pendulares (casa-trabalho ou casa-escola), tipicamente de curta duração, por oposição às viagens de lazer".

 

Turistas terão de adiantar caução de 300 euros

 

No caso dos passes diários, criados a pensar nos turistas (sejam portugueses ou não), o custo do passe diário é de 10 euros, com o primeiro período de cada viagem – que neste caso é de 60 minutos – a ser (sempre) gratuito. A segunda hora de utilização terá um custo de um euro e, a partir da terceira, cada hora custará dois euros. Nesta modalidade, a bicicleta só poderá voltar a ser usada meia hora depois da última viagem e terá de ser prestada uma caução de 300 euros, apenas disponível através do sistema PayPal.

 

Os utilizadores regulares poderão pagar o valor dos passes através de Multibanco e Paypal. A utilização das bicicletas estará disponível entre as 7:00 e as 24:00.

 

O regulamento conta com um sistema de bonificações que se destina a premiar cada viagem e a utilização de estações com mais ou menos oferta. Por cada viagem serão atribuídos 10 pontos; sempre que a viagem se iniciar numa estação com mais de 70% das docas (onde as bicicletas são estacionadas) ocupadas, serão atribuídos 100 pontos; finalmente, sempre que a viagem terminar numa estação em que menos de 30% das docas estão ocupadas, serão igualmente atribuídos 100 pontos ao utilizador.

 

Cada 500 pontos equivalem a um euro, que o utilizador poderá converter num prazo de dois anos. Ainda assim, esta bonificação estará apenas disponível no segundo período e nos restantes, cabendo sempre o pagamento do primeiro (o único que, no caso dos passes mensais, passará a ser pago a partir do próximo ano).

Um processo que se arrasta há quase 10 anos

O sistema de bicicletas partilhadas de Lisboa deveria ter começado a funcionar em Junho de 2009, depois de a JCDecaux ter ganho o concurso que fora aberto pela câmara lisboeta (então liderada por António Costa). O projecto enfrentou resistências várias e acabou por não sair do papel. Em 2013, o vereador da Mobilidade, José Sá Fernandes, propôs que fosse a Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) a avançar com o concurso, porque o município não conseguira arranjar financiamento.

Sob alçada da EMEL, o primeiro concurso, lançado em 2015, foi anulado porque nenhuma das 10 propostas cumpria todos os requisitos. O concurso foi relançado em 2016 e ganho pela Órbita. O sistema entrou na fase piloto a 21 de Junho e, até 7 de Setembro, registou 20.832 viagens (89% das quais em bicicleta eléctrica) de 1.600 utilizadores, tendo sido percorridos 40 mil quilómetros. A maioria dos utilizadores (34%) tinha entre 31 e 40 anos.

O presidente da EMEL, Luís Natal Marques, diz, citado pelo comunicado, que a "primeira fase foi muito importante para recolher as recomendações dos utilizadores que participaram no projecto piloto, envolvendo a comunidade no desenvolvimento do serviço, e identificar oportunidades de melhoria. Registámos cerca de 270 viagens diárias. Com a Gira, a EMEL aumenta o leque de serviços de mobilidade que oferece à cidade".

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