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O futuro da humanidade depende da diversidade da natureza viva

As áreas protegidas e as redes ecológicas são a base para a preservação da biodiversidade

03 de Junho de 2011 às 10:28
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Calcula-se que existam entre 10 e 20 milhões de animais, plantas e outros seres vivos, no nosso planeta, dos quais apenas uma pequena parcela já foi estudada a nível científico. A maneira como se distribuem na Terra não é uniforme. É mais elevada nos trópicos e vai diminuindo com a latitude, a aproximação aos pólos, onde há menor número de espécies mas as populações que as habitam se dispersam por áreas de maior dimensão. A riqueza de espécies tende a variar de acordo com a disponibilidade energética, hídrica, as condições do meio ambiente envolvente e também as suas histórias evolutivas. Há, por exemplo, espécies adaptadas a ambientes tão difíceis como o gelo da Antártida ou fontes submarinas com actividade vulcânica e temperaturas superiores a 100 ºC.

A biodiversidade não é estática. É um sistema em constante evolução e mutação, com muitas espécies a evoluírem e outras a extinguirem-se. A meia-vida média de cada uma é de um milhão de anos e 99% das que surgiram sobre o nosso planeta já estão extintas. Então, se a criação e a extinção de espécies é um fenómeno natural, porque é que há tanta controvérsia em torno do tema?

Segundo a organização americana Conservation Internacional, a conservação da biodiversidade oferece benefícios substanciais, pois contribui para manter constante o ciclo da água e para a limpeza de rios e outros cursos de água, atenuando riscos de cheias. Também ajuda a protegê-la de riscos de tempestades e cheias, pelo seu efeito na estabilização do clima.

Mas como é que asseguramos que esses benefícios se mantêm para as próximas gerações? Será que a biodiversidade pode continuar a fornecer soluções para os nossos problemas mais urgentes? Vamos conseguir encontrar novos benefícios da natureza?

Há, por exemplo, compostos químicos naturais encontrados em plantas, corais e outras formas de vida, com especial efeito nos avanços da medicina humana. Mas também incorporam pesticidas usados na protecção de culturas agrícolas. Cerca de metade dos medicamentos mais prescritos nos Estados Unidos e uma fracção consideravelmente mais alta nos países em desenvolvimento derivam de compostos naturais.

Quando trabalhamos para a conservação da biodiversidade estamos a assegurar que uma gama muito vasta de compostos químicos, recursos genéticos e outros benefícios encontrados nas espécies terrestres estão disponíveis para providenciar novas soluções para os problemas actuais. Mas conservar a natureza também nos ajuda a resolver problemas do futuro. Basta lembrar o papel das florestas na captura e armazenamento de CO2 através das folhas das suas árvores, um dos meios mais eficientes para atenuar os efeitos do aquecimento global. O conhecimento público de que o impacto de desastres naturais como o Furacão Katrina ou o Tsunami do Oceano Índico podia ter sido minorado por ecossistemas mais saudáveis, como as zonas húmidas no primeiro caso e mangais, no segundo, é cada vez maior.

As áreas protegidas e as redes ecológicas constituem a base dos esforços para preservar a biodiversidade. Mas a sua conservação requer que vamos muito para além dos esforços mínimos. É essencial potenciar a comunicação dos benefícios económicos e sócio-económicos destas redes, tal como integrar a conservação e o uso sustentável da biodiversidade no desenvolvimento e aplicação de um número elevado de políticas sectoriais, para conseguir um desenvolvimento sustentado.






A agressividade do homem

O homem é o principal responsável pela perda da biodiversidade actual. A sua acção parece contribuir para uma taxa de extermínio 50 a 100 vezes superior aos de extinção por causa natural. Exemplos da acção do homem e suas consequências na biodiversidade do planeta:

- A destruição de habitats pelo homem causou o extermínio de 90% das espécies extintas;

- O excesso de exploração comercial ameaça muitas espécies marinhas e algumas terrestres;

- A poluição das águas, solo e ar, causam stress nos ecossistemas e eliminam organismos;

- A introdução de espécies exóticas em novos locais ameaça os equilíbrios existentes devido à alteração do habitat natural e a problemas de competição ou predação.






Números das florestas

- As florestas contêm 70% da biodiversidade terrestre

- 1,6 mil milhões de pessoas dependem das florestas

- 15 milhões de hectares de floresta tropical são desarborizados por ano

- A desflorestação causa 15% das emissões globais

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