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O desafio está nas cidades

Hoje há cada vez mais pessoas a viver nas grandes cidades. Por isso, é necessário que elas se reinventem para se tornarem mais sustentáveis

31 de Maio de 2011 às 17:21
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Há 100 anos, apenas 10% da população mundial vivia nelas. Actualmente essa parcela eleva-se para 50% e deverá crescer para 75% até 2050. Hoje, as cidades com mais de 10 milhões de habitantes já concentram 10% da população mundial.

A cidade é o principal local onde são feitas as trocas comerciais, se concentram grandes e pequenos negócios, se realizam as interacções culturais e sociais. Mas também é nela que se dá o crescimento urbano desenfreado, sem planeamento e à mercê da especulação imobiliária, e surgem os chamados bairros da lata. Com isto aparecem problemas sociais, como a pobreza, e ambientais como a poluição do ar e da água, devido à falta de investimentos em infraestruturas e saneamento.

É fundamental, por exemplo, o apoio aos bairros mais carenciados, através da erradicação das áreas que ameaçam a atractividade, a competitividade, a coesão social e a segurança nas cidades.

Segundo dados da Unesco, o número de grandes áreas metropolitanas deverá crescer das 16 de 1996 para 25 em 2025, muitas delas fora dos países desenvolvidos. Ao mesmo tempo emergem novas configurações territoriais que resultam da união de cidades. É o que acontece, por exemplo, com a faixa que vai de Boston até Washington, passando por Nova Iorque, nos Estados Unidos, ou a que une São Paulo ao Rio de Janeiro no Brasil.

O desafio do desenvolvimento futuro está nas cidades, porque 2/3 do consumo mundial de energia e aproximadamente 75% de todos os resíduos gerados ocorrem nelas. Portanto, quando se pensa na resolução do problema das mudanças climáticas e do aquecimento global, é preciso pensar em sustentabilidade das cidades.

É nas grandes metrópoles do futuro que o mundo se precisa de reinventar. Nelas será necessário encontrar padrões mais justos e equilibrados de desenvolvimento. Mas a sua sustentabilidade não deve apenas ter em conta os desafios ambientais. Também deve integrar sociais e económicos que se reflictam em índices de desenvolvimento humano e pegadas ecológicas.

As cidades mais sustentáveis são compactas e densas. Por isso geram menor consumo de energia per capita do que aquelas que se espraiam por grandes zonas suburbanas de baixa densidade, em que a mobilidade individual é muito mais elevada.

O fenómeno de dispersão das cidades tem contribuído para elevar o tráfego automóvel, o consumo energético e a área de solo ocupada. Para isso é preciso torná-las mais densas e diversificadas, atraindo as pessoas, actividades e investimento para o seu centro. Cidades mais densas da Europa, como Barcelona, são hoje modelo entre as cidades mais verdes e sustentáveis.

Nos tempos mais próximos iremos enfrentar algumas mudanças fundamentais nos actuais padrões de desenvolvimento. Se considerarmos a energia que é perdida devido à falta de informações, por exemplo sobre congestionamento de trânsito às grandes cidades, verificamos que é vital a sua gestão integrada e inteligente. Hoje já é possível captar, monitorizar e medir as condições de quase tudo. Haverá actualmente mais de milhares de milhões de telefones equipados com câmaras fotográficas e de vídeo, de pessoas ligadas à internet, de dispositivos em rede de etiquetas de identificação por rádio frequência. Ou seja, já há tudo para fazer isso, mas falta comunicar melhor para que as cidades enfrentem melhor os seus desafios do futuro para se tornarem mais sustentáveis.



Cidades em debate

Junho
Congresso do ICLEI
organização que reúne mais de 1200 membros de governos locais empenhados na sustentabilidade.3 a 5 de Junho, Bona, Alemanha

Cidades sem limites 23 a 25 de Junho, Copenhaga, Dinamarca

Julho
Conferência Mundial Ecocity
22 a 26 de Agosto, Montreal, Canadá





UE quer cortar emissões do transporte rodoviário

Objectivo é diminuir em 60% as emissões transportes em 40 anos

A União Europeia quer reduzir 50% do transporte rodoviário urbano de passageiros e mercadorias de médio curso e transportá-los para os modos ferroviário e fluvial. Trata-se de um dos grandes objectivos da Comissão Europeia (CE) para a área dos transportes. A nova estratégia, denominada Transportes 2050, pretende limitar "radicalmente a dependência da Europa em relação às importações de petróleo". Visa retirar os veículos de motorização convencional do meio urbano, ter 40% de combustíveis hipocarbónicos sustentáveis no sector da aviação e reduzir 40% das emissões nos transportes marítimos. Ao todo, estes três objectivos principais deverão contribuir para uma diminuição de 60% nas emissões provenientes dos transportes até meados do século.


Singapura é a cidade mais verde da Ásia

Destaca-se pelos objectivos ambientais e pela eficiência
A cidade de Singapura é a mais verde de toda a Ásia, de acordo com o Green City Index, um estudo desenvolvido pelo Economist Intelligence Unit para a Siemens, sobre a sustentabilidade ambiental de 22 das principais cidades asiáticas. Singapura destaca-se pelos ambiciosos objectivos ambientais e a sua eficiência em atingi-los. Bem classificadas no estudo ficaram também Hong Kong, Osaka, Seul, Taipé, Tóquio e Yokohama.


Macau lança plano de protecção ambiental

Cidade quer desenvolvimento urbano de baixo carbono até 2020
Macau lançou o seu primeiro plano de protecção ambiental, para se transformar numa região de baixo carbono até 2020, e vai intensificar a cooperação regional para controlo da poluição, especialmente com a província vizinha de Guangdong e Hong Kong. O chefe do Executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, garante que o seu Governo tentará promover o desenvolvimento urbano de baixo carbono por todos os meios, para corresponder às políticas chinesas de protecção ambiental e ao protocolo de Quioto. Fernando Chui Sai On disse que, entre as medidas a adoptar, incluem-se a "introdução gradual de estruturas para redução de emissões de gases poluentes, desenvolvimento das energias renováveis, promoção do consumo amigo do ambiente, aperfeiçoamento das infra-estruturas de protecção ambiental, revisão da legislação ambiental e maior controlo da poluição".


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