Com um discurso virado sobretudo para o futuro, Barack Obama disse na abertura da Conferência do Clima, em Paris, que um futuro em que se vive com as consequências das alterações climáticas, "não é das economias fortes, nem onde os estados frágeis conseguem prevalecer". E é "esse futuro é que temos a possibilidade de mudar, aqui mesmo, agora mesmo, mas apenas se estivermos à altura disso", acrescentou.

"Se agirmos aqui e agora, se colocarmos os nosso interesses de curto prazo para trás (…) não chegaremos muito tarde para [a próxima geração]", disse Barack Obama. O presidente norte-americano exigiu em Paris uma actuação que faça com que as gerações vindouras se "orgulhem quando olharem para trás".

"Eu vim aqui pessoalmente, como líder da maior economia do mundo e o segundo maior emissor [de gases com efeito de estufa]", assumiu Barack Obama, acrescentado que os Estados Unidos "reconhecem o seu papel na criação deste problema e a responsabilidade de agir sobre isso".

Nesse sentido, Barack Obama destacou os esforços "ambiciosos" do país quer no investimento em energias renováveis, quer na redução de emissões de gases com efeito de estufa.

Para Barack Obama foram "quebrados os antigos argumentos que justificavam a inacção" e hoje sabe-se que "o crescimento económico e a preservação do ambiente não são incompatíveis".

Obama salientou que os compromissos com que se parte para esta conferência "devem dar-nos esperança com base na acção colectiva".

A expectativa de Obama é que nesta conferência se alcance um "acordo ambicioso", com "metas decididas não para cada um de nós, mas por cada um de nós", em que se garanta a existência de "um sistema de transparência que dê segurança de que todos estão a cumprir os compromissos" e ainda que os países em desenvolvimento "recebem o financiamento" necessário para a transição para uma economia verde e para a mitigação dos efeitos das

alterações climáticas.

"Aqui, em Paris, podemos mostrar ao mundo o que é possível quando estamos juntos", disse Obama. "Que não haja duvidas: a próxima geração está a olhar para o fazemos", acrescentou. O discurso de Obama terminou com um apelo à acção: "vamos ao trabalho".

O líder dos Estados Unidos não esqueceu neste discurso de abertura os ataques terroristas em Paris do passado dia 13 de Novembro.

Obama apresentou as suas "condolências pelos ataques bárbaros nesta linda cidade [de Paris]" e disse que França e Estados Unidos estão "unidos em solidariedade" para trazer justiça aos responsáveis pelos atentados e para garantir a segurança das suas nações.

Este domingo, Barack Obama e François Hollande prestaram homenagem às vítimas dos atentados em frente ao Bataclan, uma acção que não foi anunciada antecipadamente por questões de segurança.