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Combater as alterações climáticas é uma questão de “bom senso económico”, diz Merkel
A chanceler alemã Angela Merkel defendeu em Paris que é necessário enviar “uma mensagem crucial sobre sobrevivência do nosso planeta” e pediu que não sejam defraudadas as expectativas que recaem sobre este encontro.
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Agir sobre as alterações climáticas, diz Merkel, é "uma questão de necessidade ambiental, mas também de bom senso económico", pelo que exige em Paris "um acordo ambicioso, abrangente, justo e vinculativo". A chanceler alemã discursou esta manhã na Conferência do Clima, em Paris. O encontro, iniciado esta segunda-feira, terá lugar até 11 de Dezembro em Bourget, na periferia de Paris.
"Estamos conscientes da necessidade de actuar hoje [sobre as alterações climáticas]", disse a chanceler alemã, reforçando o carácter de urgência na abordagem a esta questão, um ponto que tem vindo a ser reforçado pelas várias intervenções realizadas na manhã desta segunda-feira por diversos líderes mundiais.
A chanceler pediu um acordo ambicioso porque, apesar dos compromissos nacionais avançados por cerca de 180 países, "não vamos ainda atingir a meta dos 2ºC", o limite a partir do qual os cientistas acreditam que o aumento das temperaturas terá efeitos dramáticos.
Tal como Obama, Merkel assumiu também a responsabilidade pelas "emissões do passado" defendeu que os países desenvolvidos precisam de "estar na liderança" no que toda à partilha de conhecimento e de tecnologia com os países em desenvolvimento, potenciando a transição para uma economia descarbonizada.
Por outro lado, salientou, "temos de mostrar que o que prometemos em Copenhaga vai acontecer", disse a responsável, referindo-se ao fundo de 100 mil milhões de dólares anuais destinados aos países em desenvolvimento e que visam ajudar a mitigar os efeitos das alterações climáticas e a potenciar a transição para uma economia verde e cumprimento de metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa.
Merkel defendeu ainda a necessidade de ser aplicado um "mecanismo de revisão" das metas nacionais, que a Alemanha deseja que sejam "de cinco em cinco anos", e salientou que é imperativo que os objectivos definidos actualmente "não sejam reduzidos, mas antes aumentadas".
A chanceler garantiu que "a Alemanha vai dar o seu contributo para que possamos ter um bom futuro" e pediu aos líderes mundiais e negociadores que "façam tudo o que está ao alcance para não defraudar as expectativas" que recaem sobre este encontro.
(Notícia corrigida às 17h45)