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COP21: "Os bons sentimentos e as declarações de boas intenções não são suficientes"

François Hollande e Ban Ki-moon focaram as suas intervenções na abertura da Cimeira do Clima em Paris na necessidade de ir para lá das “boas intenções” e fazer deste encontro um ponto de viragem no que concerne ao combate às alterações climáticas.

30 de Novembro de 2015 às 11:24
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Para François Hollande, o mundo "está à beira de uma ruptura" no que concerne as alterações climáticas e Paris deve ser um "evento excepcional" que vá para lá das "dos bons sentimentos". A mesma ideia foi transmitida por Ban Ki-moon na cerimónia de abertura da Conferência do Clima, em Paris: "acabou a altura só das boas intenções", é necessário investir no "caminho do consenso e do compromisso e, se possível, também da flexibilidade".

Na abertura da Cimeira do Clima em Paris (COP21), o presidente de França – país anfitrião deste evento - François Hollande, pediu que Paris fosse o "início de uma grande mutação". "Para resolver a crise climática digo, sinceramente, que os bons sentimentos e as declarações de boas intenções não são suficientes", disse o responsável, acrescentando que "estamos à beira de uma ruptura" e que não é possível "continuar a considerar a natureza como um reservatório de recursos que nunca se esgotam".

Para o presidente francês, na luta contra as alterações climáticas, o "muro" com que nos deparamos é construído "pela indiferença" e por "egoísmos". O responsável considera que o investimento na transição para uma economia verde abre "possibilidades de desenvolvimento com energias renováveis, com meios de transportes limpos, com a preservação da biodiversidade", entre outras, sendo que o propósito é alcançar um "mundo de cooperação onde será mais rentável proteger do que destruir" e onde se constroem "parcerias entre o homem e a natureza".

François Hollande disse ainda que "este evento em Paris é excepcional", porque "devemos em poucos dias tomar decisões para as próximas décadas" e salientou que "o grande perigo é que o nível de exigências seja demasiado baixo".

De referir que os compromissos feitos até agora pelos países e que servem de ponto de partida para o acordo que está em cima da mesa em Paris não são suficientes para limitar o aumento da temperatura aos 2ºC até ao final do século - comparativamente a níveis pré-industriais -, o limite máximo a partir do qual as consequências podem ser dramáticas.

"Trata-se de decidir aqui em Paris do futuro do planeta" concluiu Hollande, que começou esta intervenção por dizer que o mundo não pode falhar nas lutas contra o terrorismo e contra as alterações climáticas.

O sentimento de urgência foi também partilhado pelo secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon, que começou por destacar a presença de "mais de 150 líderes mundiais" e os compromissos "apresentados por mais de 180 países e que cobrem cerca de 100% das emissões globais" para a redução das emissões de gases com efeito de estufa.

"Vocês demonstraram o vosso compromisso para agir pelo bem comum", disse o responsável, salientando que os países se encontram agora perante um dos maiores desafios da actualidade, que é também "uma grande oportunidade" de "poder garantir o bem-estar desta geração e das futuras".

Ban Ki-moon pediu aos líderes mundiais que "peçam aos ministros e negociadores que sigam o caminho do consenso e do compromisso e, se possível, também da flexibilidade" e salientou que "acabou a altura só das boas intenções".

"Paris tem de marcar um ponto de viragem decisiva" defendeu, salientando que "precisamos de ir ainda mais longe se queremos limitar o aumento da temperatura abaixo dos 2ºC", exigindo, por isso, um "acordo robusto e com significado" em Paris.

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