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Algas funcionam como esponjas para limpar a sujidade dos rios

A multiplicação das espécies de algas permitiu multiplicar por 4,5 vezes o efeito esponja de limpeza da sujidade dos rios e riachos, confirma o estudo americano

03 de Junho de 2011 às 10:30
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Os biólogos respondem habitualmente a essas questões referindo os benefícios sociais normalmente associados à biodiversidade. São os casos do controlo de doenças e pragas, da promoção da produtividade das pescas e do apoio à purificação do ar e da água, entre outras. Mas muitos desses benefícios não estão ainda apoiados em dados científicos.

Um estudo norte-americano recente, publicado pela revista Nature, demonstrou que os cursos de água ricos em biodiversidade tendem a filtrar mais facilmente os nutrientes em excesso do que os que têm um número de espécies limitado. A partilha de funções entre organismos que convivem no mesmo habitat converte cada ribeiro numa espécie de esponja com maior capacidade de absorção. A diversidade de um habitat natural permite limpar os contaminantes que se libertam para o meio ambiente. Por isso, a perda da biodiversidade causada pela extinção de espécies podia colocar em perigo a capacidade do planeta limpar a sujidade causada pelos seres humanos, explica Bradley Cardinale, autor dos estudo e professor na Universidade de Michigan, Estados Unidos.

Bradley Cardinale analisou 150 modelos de riachos em miniatura, que simulavam os reais. Em cada um deles cultivou entre uma e oito algas diatomáceas ou verdes e mediu a capacidade de cada comunidade absorver nitratos, compostos azotados que contaminam os nutrientes da água.


A perda de biodiversidade causada pela extinção das espécies põe em causa a capacidade do planeta limpar a sujidade provocada pelo homem.


Os resultados mostraram que quanto maior era o aumento do número de espécies nos ribeiros, maior era a absorção de nitratos. As oito espécies de algas eliminaram 4,5 vezes mais moléculas de que uma.

A partilha de funções de cada espécie num mesmo sistema origina que os cursos de água com maior biodiversidade filtrem melhor os produtos contaminantes. As experiências demonstraram que cada espécie de alga se adaptou a uma zona particular do habitat, tornando-o no seu nicho ecológico. O aumento do número de espécies fez crescer a capacidade de cobertura de cada curso de água pelas algas e, em consequência, a capacidade de eliminar as moléculas contaminantes.

Os nitratos são compostos presentes na maior parte dos adubos e terrenos agrícolas, e podem ser transportados pela água que penetra no solo ou se escoa pela superfície para cursos de água, lagos e zonas costeiras. Por isso, é uma das principais causas da degradação da qualidade das águas em todo o mundo.

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