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Acordo sobre alterações climáticas entra em vigor na sexta-feira

O acordo é histórico e aplaudido por todos os ambientalistas que alertam, contudo, que a sua aplicação exigirá uma mudança de comportamentos das pessoas.

Reuters
02 de Novembro de 2016 às 20:14
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O histórico acordo de Paris sobre alterações climáticas, alcançado em dezembro de 2015, entra em vigor amanhã, depois de ratificado por países que representam mais de 55% das emissões globais de gás com efeito de estufa (GEE). 

O documento, adoptado em 21 de dezembro de 2015 na conferência da ONU sobre o clima (COP21) em Paris, vai entrar em vigor quatro anos antes do prazo limite de 2020 e a cada cinco anos os 197 signatários deverão rever as contribuições para o combate às alterações climáticas. 

A China, com 20% das emissões globais de GEE, e os Estados Unidos, com 18%, ratificaram o acordo de Paris no início de setembro. A UE, responsável por 12% das emissões, ratificou o documento a 30 de setembro. Até 4 de outubro, apenas sete dos 28 Estados-membros tinham completado o processo de ratificação: Portugal, Alemanha, Áustria, Eslováquia, França, Hungria e Malta. 

O documento entra em vigor antes da 22.ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP22), que vai decorrer de 07 a 18 deste mês, em Marraquexe (Marrocos).

Acordo exige mudança de comportamentos

A entrada em vigor do acordo é, para os ambientalistas, uma revolução no combate às alterações climáticas, mas exige mudanças do estilo de vida.

Associações de defesa do ambiente contactadas pela Lusa fazem questão de lembrar que o acordo de Paris terá de ser acompanhado pelo abandono dos combustíveis fósseis e pela aposta na eficiência energética e nos transportes limpos.

Para João Joanaz de Melo, do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), "a rapidez com que o acordo foi ratificado significa que uma grande parte dos países a nível mundial tem consciência que a alteração climática é um assunto verdadeiramente importante e sério". 

O presidente da associação ambientalista Zero, Francisco Ferreira, falou de uma "revolução à escala mundial em prol do combate às alterações climáticas", mas lembrou que conter o aquecimento global nos 1,5 graus celsius em relação à era pré industrial, "implica que a sociedade mude de forma radical, com uso muitíssimo menor de combustíveis fósseis" e com o sistema energético muito mais exigente e baseado em energias renováveis. "Isso terá implicações óbvias no nosso estilo de vida". 

As mudanças na área energética, tal como nos transportes, são referidas por todos os ambientalistas, como a Quercus que realçou a necessidade de Portugal "acelerar a reabilitação urbana com requisitos ambiciosos de eficiência energética".

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