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"A distribuição vai estar na frente da produção descentralizada de energia"

A carta do ambiente da APEDé pouco ambiciosa e bastante genérica.

07 de Março de 2007 às 00:02
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A carta do ambiente da APEDé pouco ambiciosa e bastante genérica.
A prática ambiental da APED é muito mais abrangente do que a carta de princípios que, sendo bastante importante, é apenas um chapéu para uma associação que tem muitos associados. Equanto associação tem estado na primeira linha de várias discussões importantes do País, nomeadamente, na gestão das fileiras de resíduos. Poderia estar mais envolvida e alguns parceiros não têm querido.

Como assim?
Era desejável por exemplo que a APED estivesse mais envolvida no circuito da reciclagem das embalagens. Ou nos resíduos eléctricos e electrónicos, em que ambas as sociedades não integraram a APED, contra a sua vontade. Não obstante, a distribuição tem estado na linha da frente das práticas ambientais e como posto de recolha da maioria das fileiras de recolha de resíduos. Também na gestão da água vários associados têm vindo a realizar auditorias e adoptado comportamentos de poupança de água.

E na área energética, em que  são grandes consumidores?
Também vários associados da APED têm dado o exemplo ao País ao fazerem certificações e auditorias ambientais. Seguramente os associados vão estar na primeira linha dos agentes que se vão transformar nos seus próprios produtores de energia eléctrica através de fontes renováveis. Se o regime da micro-geração for simplificado, se houver possibilidade de se vender à rede mais do que os 150 Kw que hoje a lei prevê  a partir de auto-produção, podemos estar perante o início de uma revolução energética em diversos sectores, mas sobretudo no comércio, com as grandes e médias  empresas à cabeça, a instalarem micro-geradores sozinhas ou com recurso a terceiros, obtendo aí um grande ganho e poupança energética.

Como é que se pode promover a produção descentralizada?
Não era má ideia que o Governo tivesse abertura para aceitar que este e outros projectos que significam reduções de emissões de carbono e fossem classificados como projectos internos e entregar licenças de carbono para serem transaccionáveis. Atingíamos aí o duplo objectivo de passar a haver muito mais gente a investir nesta alteração de paradigma energético a favor do ambiente devido à vantagem económica na amortização dos equipamentos. Por exemplo, se numa grande superfície, em vez de gastar energia que vem da rede a partir de combustíveis fósseis,  instalar equipamento de fontes renováveis e produzir a própria energia, o número de emissões do País baixará. Em contrapartida, deveria receber o equivalente em créditos de CO2 para transaccionar no mercado.

Na evangelização pelo ambiente, aue efeito pode ter o sector da distribuição junto do consumidor?
Os associados da APED podem ser guichets de informação ambiental. O saco verde é um exemplo que tem educado muitos consumidores para a poupança de materiais.

Para que outros grandes sectores económicos poderia servir de exemplo?
As auditorias energéticas concretizadas pelos associados da APED deveriam ser levadas a cabo por toda a gente que consome energia. É do interesse comercial de todos os agentes económicos reduzir a sua factura de energia. As únicas empresas que não têm interesse em reduzir consumos são as que a vendem. Temos o mercado de electricidade totalmente liberalizado a partir deste ano. Temos de ser consequentes com isto. Passar a usar a liberdade de escolher o fornecedor que queremos e instalar centros próprios de consumo. A micro-geração está para a energia como os telemóveis estiveram para as comunicações.

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