António José Seguro criticou esta terça-feira, 17 de Dezembro, as informações contraditórias que têm sido vinculadas na comunicação social. Por um lado Passos Coelho tinha já dito que só a partir do final de Janeiro é que o Executivo começaria a discutir com as entidades internacionais a saída do país do programa de resgate.

Contudo, na segunda-feira, 16 de Dezembro as palavras do presidente do Banco Central Europeu (BCE) vão contra esta perspectiva, defende o líder do maior partido da oposição.

Mario Draghi, afirmou, perante o Parlamento Europeu, que Portugal vai ter um programa para o período de transição após a conclusão do actual programa de resgate da troika, mas que ainda não está decidida a sua forma. "No período de transição, haverá um programa. Haverá um programa adaptado à situação durante esse período de tempo, e temos de ver que forma este programa irá assumir", afirmou Mario Draghi.

“Isto cria incerteza, instabilidade”, salientou Seguro em declarações aos jornalistas depois de uma reunião com o conselho de reitores, em Lisboa.

Dito isto “desafio” o primeiro-ministro a “esclarecer o que já tem contratualizado com o BCE.”

Seguro rejeita que Draghi estivesse a “falar em abstracto”, por isso será necessário esclarecer os portugueses sobre esta questão defende.

“O país não pode ser governado desta forma, nem os portugueses podem ficar na incerteza. O que nos vai acontecer nos próximos seis meses?”

António José Seguro apela assim a Cavaco Silva para intervir. “O Presidente da República deve exigir que o primeiro-ministro venha esclarecer os portugueses” sobre esta matéria.