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Ajuda de Portugal a países em desenvolvimento recuou pelo terceiro ano

Entre os países analisados, Portugal registou o terceiro maior recuo na ajuda externa em 2014, a seguir a Espanha e ao Japão. Analisando a ajuda pública por percentagem do rendimento nacional bruto, Portugal surge empatado com o Japão e os Estados Unidos.

08 de Abril de 2015 às 13:01
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A ajuda externa de Portugal a países em desenvolvimento recuou pelo terceiro ano consecutivo em 2014. A ajuda pública ao desenvolvimento (APD) portuguesa alcançou os 420 milhões de dólares (387 milhões de euros) em 2014, um valor abaixo dos 490 milhões de dólares do ano anterior (451 milhões de euros).

 

Depois dos 690 milhões de dólares (636 milhões de euros) registados em 2011, a ajuda pública ao desenvolvimento (APD) portuguesa tem vindo a cair sucessivamente e registou a terceira maior queda o ano passado entre os 28 países analisados.

 

Os dados foram divulgados esta quarta-feira, 8 de Abril, pelo Comité de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) um organismo multilareral inserido na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

 

Entre os 28 países que pertencem ao CAD, Portugal encontra-se na 23ª posição com 420 milhões de dólares. Os maiores doadores por volume foram os Estados Unidos (32 mil milhões de dólares), Reino Unido (19 mil milhões), Alemanha (16 mil milhões), França (10 mil milhões) e Japão (9 mil milhões). A fechar a lista está a República Checa (210 milhões) e a Grécia (250 milhões).

  

Olhando para o total dos 28 países, a ajuda pública líquida alcançou os 135,2 mil milhões de dólares em 2014 (124 mil milhões de euros), um valor em linha com os 135,1 mil milhões registados no ano anterior.

 

Recuando no tempo, a ajuda ao desenvolvimento nacional desde 1980 alcançou um pico em 2004 quando Portugal forneceu 1,27 mil milhões de dólares. O valor mais baixo foi registado em 1980 (100 milhões de dólares).

 

As doações aumentaram em treze países, com os maiores aumentos a terem lugar na Finlândia (12,5%), Alemanha (12%), Suécia (11%) e Suíça (9,2%).

 

Por contraste, as doações recuaram em 15 países, com as maiores quedas a terem lugar na Polónia (-8,3%), França (-9,2%), Canadá (-10,7%), Portugal (-14,9%), Japão (-15,3%) e Espanha (-20,3%). A queda da ajuda portuguesa deveu-se essencialmente à redução dos empréstimos aos países em desenvolvimento.

 

Esta ajuda pública tem como objectivo a promoção do desenvolvimento económico e do bem-estar das populações de países em desenvolvimento. A ajuda assume diversas formas, como um projecto ou programa, transferências de dinheiro, alívio de dívida, fornecimento de bens e serviços, fornecimento de bens e serviços ou contribuições para organizações não governamentais ou organismos multilaterais.

 

Ajuda aos países em desenvolvimento cresce desde 2000

 

A ajuda pública ao desenvolvimento regista uma tendência crescente desde 2000 e cresceu 66% até 2014, diz o organismo da OCDE. "Tem sido uma fonte estável de financiamento ao desenvolvimento. Apesar da recessão em vários países membros do CAD, o que levou à redução dos seus orçamentos de ajuda, é encorajador que, no geral, os niveis da APD permanecam elevados e estáveis", pode-se ler no estudo divulgado esta quarta-feira. 

 

Analisando a ajuda pública ao desenvolvimento (APD) por percentagem do rendimento nacional bruto (RNB), esta manteve-se nos 0,29% em linha do registado em 2013 (0,30%).

 

A Suécia (1,10%), Luxemburgo (1,07%), Noruega (0,99%), Dinamarca (0,85%) e o Reino Unido (0,71%) surgem na liderança. Estes são os únicos países que se mantém acima da meta de 0,7% do rendimento nacional bruto estabelecida pelas Nações Unidas.

 

Portugal surge na 18ª posição com 0,19% do APD por percentagem do RNB empatado com o Japão e os Estados Unidos. No final da lista, surge a Eslováquia e Polónia (ambos com 0,08%), Grécia e República Checa (0,11%) e a Eslovénia (0,13%). 

 

Desde o ano de 1980, foi em 2004 que se registou o valor mais elevado de ajuda por percentagem do rendimento nacional bruto (0,63%) em Portugal. Já o valor mais baixo foi registado em 1980 (0,02% do RNB).

 

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