Notícia
João Duque: Ter um programa cautelar “é uma bênção do céu”
Presidente do ISEG acredita que, quanto mais cedo se começar a negociar um programa cautelar com os parceiros internacionais, melhor para o País.
João Duque defendeu, esta quinta-feira, que Portugal vai necessitar de um programa cautelar quando concluir o programa de assistência financeira, até porque sem esse apoio, o regresso aos mercados poderá ser “um desastre”.
“É de agradecer o facto de termos um programa de cautelar, porque se não seria um desastre”, afirmou o economista, num seminário sobre o Orçamento do Estado para 2014. “Se nos deixarem sem apoio as taxas de juro deverão subir, e aumentando a taxa de juro, ter um programa cautelar é uma bênção dos céus”.
Neste sentido, o presidente do ISEG, defende que quanto mais cedo o tivermos e “quanto mais cedo se começar a negociar melhor”. No entanto, ressalta, é preciso estabilidade política para garantir o sucesso desse apoio. “Temo que a instabilidade política, a acontecer, venha tornar demasiado penalizador um programa cautelar”.
Sobre o Orçamento do Estado para 2014, João Duque sublinha que “é o mínimo que se pode pedir”, ainda que subsistam dúvidas sobre se Portugal vai conseguir cumprir os objectivos. O economista acredita que “poderia haver alternativas”, mas que “dentro das restrições é talvez o melhor conjunto de propostas”.
“Tenho receios quanto ao lado macroeconómico, temo que possa ter implicações na execução orçamental”, reconhece o economista.