A visita dos nove eurodeputados, que estava prevista para quarta e quinta-feira (8 e 9 de Janeiro) e foi adiada na segunda-feira a pedido do Governo grego, ainda não tem uma nova data marcada e as conversações entre o Parlamento Europeu e Atenas ainda decorrem.

"Ainda não está nada decidido, mas eu apontaria para o final de Janeiro, início de Fevereiro", afirmou apenas, numa resposta enviada à Lusa, o porta-voz do presidente do Parlamento Europeu, Armin Machmer.

Já a assessoria de imprensa do Governo grego, contactada pela Lusa, remeteu qualquer questão sobre o assunto para o gabinete de Martin Schulz.

Outra fonte do Parlamento Europeu adiantou à Lusa que estão a ser analisadas "várias opções", mas considerou ser provável que a visita da delegação do Parlamento Europeu à capital grega aconteça no final de Janeiro.

Os nove eurodeputados, entre os quais estão os portugueses Diogo Feio (CDS-PP), José Manuel Fernandes (PSD), Elisa Ferreira (PS), Ana Gomes (PS) e Marisa Matias (BE), terminam esta terça-feira, 7 de Janeiro, em Lisboa a primeira fase da avaliação ao trabalho da troika juntos dos países sob resgate financeiro, tendo agora previstas deslocações a Chipre (10 e 11 de Janeiro) e à Irlanda (16 e 17).

Na capital portuguesa, esta delegação reuniu-se na segunda-feira com o ex-primeiro-ministro José Sócrates e dois dos seus ministros aquando do pedido de assistência, Pedro Silva Pereira (Presidência) e Vieira da Silva (Economia), com a Comissão Permanente de Concertação Social, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas.

Já hoje estavam agendados encontros com a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, com o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, e com os deputados das comissões parlamentares dos Assuntos Europeus e de Orçamento, Finanças e Administração Pública.

O Governo de Antonis Samaras pediu ao Parlamento Europeu o adiamento da visita dos eurodeputados a Atenas que coincidiria com o início formal da presidência grega da União Europeia, na quarta-feira.

Na segunda-feira, dia que em que se soube do adiamento da visita, foram tornadas públicas várias críticas do ministro das Finanças grego, Yannis Stournaras, à concepção do programa de assistência financeira para a Grécia e à actuação dos responsáveis europeus.

Numa resposta por escrito às questões dos eurodeputados, o governante criticou a "grande ênfase" dada no primeiro programa ao aumento de impostos e não à redução da despesa, assim como o "baixo multiplicador fiscal utilizado" pela troika.

No ano passado, a troika adiou por mais do que uma vez as suas missões de avaliação a Atenas devido a divergências com o executivo de Antonis Samaras.