Notícia
Um mapa do mercado da arte contemporânea
Por mais incrível que pareça, o mercado português de arte contemporânea só há poucas semanas teve direito a um mapa legível sobre os seus agentes. É um passo de gigante para o profissionalismo.
30 de Julho de 2016 às 10:15
Não é muito comum, infelizmente, que neste, normalmente, cândido e elogioso espaço se celebre um grupo fundamental do mercado de arte português, o dos galeristas, "dealers" e leiloeiros. A crítica que geralmente aqui é deixada, sempre com o objectivo de procurar pressionar para que o mercado se torne mais eficiente, é a da passividade com que os referidos agentes encaram o seu papel, não cumprindo algumas das exigências mínimas relacionadas com a transparência e a informação.
Neste campo, vastíssimo, faltam ao mercado português instrumentos básicos como o seu valor global, bem como uma lista, pelo menos básica, de criadores e produtores. Recorde-se que o último documento do género, levantado por Alexandre Melo, foi publicado nos anos 90 do século passado. Outro instrumento básico, um mapa de galerias e instituições ligadas ao mercado, não existia até há muito pouco tempo atrás.
A gravíssima lacuna foi agora superada parcialmente por uma instituição periférica do mercado, mais uma vez, a associação cultural "Isto Não é um Cachimbo", que editou um mapa dos pontos lisboetas do mercado nacional, com versão virtual, disponível em www.mapadasartes.pt, e uma versão em papel, gratuita, que pode ser obtida nas galerias de arte, nos museus e nos postos de turismo.
O mapa, tanto na versão em papel, como na versão virtual, é muito simples. Divide os agentes em galerias, museus e fundações, e outros espaços, como associações, e, usando um código informático semelhante ao do Google Mapas, localiza-os na cidade. Depois, esse ponto assinalado corresponde ao agente, e, noutro espaço distinto, dão-se as informações básicas, ou seja, nome da galeria, morada, contactos, e, muito importante, horário de funcionamento.
Dir-se-á que é um instrumento demasiado básico (ver texto complementar). É absolutamente verdade. Mas não deixa de ser verdade que é o primeiro em muitos anos a apresentar informação completa, de forma clara e simples.
*Nota ao leitor: Os bens culturais, também classificados como bens de paixão, deixaram de ser um investimento de elite, e a designação inclui hoje uma panóplia gigantesca de temas, que vão dos mais tradicionais, como a arte ou os automóveis clássicos, a outros totalmente contemporâneos, como são os têxteis, o mobiliário de design ou a moda. Ao mesmo tempo, os bens culturais são activos acessíveis e disputados em mercados globais extremamente competitivos. Semanalmente, o Negócios irá revelar algumas das histórias fascinantes relacionadas com estes mercados, partilhando assim, de forma independente, a informação mais preciosa.
Neste campo, vastíssimo, faltam ao mercado português instrumentos básicos como o seu valor global, bem como uma lista, pelo menos básica, de criadores e produtores. Recorde-se que o último documento do género, levantado por Alexandre Melo, foi publicado nos anos 90 do século passado. Outro instrumento básico, um mapa de galerias e instituições ligadas ao mercado, não existia até há muito pouco tempo atrás.
O mapa, tanto na versão em papel, como na versão virtual, é muito simples. Divide os agentes em galerias, museus e fundações, e outros espaços, como associações, e, usando um código informático semelhante ao do Google Mapas, localiza-os na cidade. Depois, esse ponto assinalado corresponde ao agente, e, noutro espaço distinto, dão-se as informações básicas, ou seja, nome da galeria, morada, contactos, e, muito importante, horário de funcionamento.
Dir-se-á que é um instrumento demasiado básico (ver texto complementar). É absolutamente verdade. Mas não deixa de ser verdade que é o primeiro em muitos anos a apresentar informação completa, de forma clara e simples.
O que sobra para a próxima Sempre optimista, este espaço acredita que a primeira versão do nosso mapa das artes será actualizada pelo menos anualmente. Antes de tudo o mais, é preciso sair da arte contemporânea, o foco desta edição, e acrescentar os outros períodos e expressões, das quais existem vários bons pontos no nosso país. Depois, é preciso sair de Lisboa, claro, e contemplar as outras geografias. Finalmente, e para referir apenas o básico, o mapa nunca estará completo sem incluir os artistas das galerias e dos museus, com uma pequena ficha com o seu trabalho. A partir daqui, poderemos falar de um grande salto profissional do nosso mercado.
*Nota ao leitor: Os bens culturais, também classificados como bens de paixão, deixaram de ser um investimento de elite, e a designação inclui hoje uma panóplia gigantesca de temas, que vão dos mais tradicionais, como a arte ou os automóveis clássicos, a outros totalmente contemporâneos, como são os têxteis, o mobiliário de design ou a moda. Ao mesmo tempo, os bens culturais são activos acessíveis e disputados em mercados globais extremamente competitivos. Semanalmente, o Negócios irá revelar algumas das histórias fascinantes relacionadas com estes mercados, partilhando assim, de forma independente, a informação mais preciosa.