Notícia
Os grandes devedores da banca e as "fakes news" da Venezuela
O presidente do Novo Banco destoou da posição da Associação Portuguesa de Bancos, admitindo, em circunstâncias específicas, que a identidade dos grandes devedores seja revelada. É um acto elogiável e até corajoso o de António Ramalho. O Benfica tem razões para sorrir com a entrada para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Mas o facto de a SAD do clube ter sido constituída arguida no caso e-Toupeira empalidece esse sorriso. O PCP resolveu censurar a venda do livro de Luaty Beirão na Festa do Avante. Fez mal. Muito mal. Maduro adoptou a prática de Trump. O que não lhe interessa são "fake news".
Confiança - Optimismo
Os namorados
A divulgação dos grandes devedores da banca é um tema que divide opiniões, mas a posição institucional da Associação Portuguesa de Bancos é a de que esta prática iria viola o sigilo bancário e iria "destruir" a confiança no sector. Neste quadro ganha relevância acrescida a declaração do presidente do Novo Banco. "Em algumas circunstâncias, o valor da transparência reputacional do sistema pode justificar que haja alguma clareza neste tipo de informação", afirmou António Ramalho ao Observador. Uma opinião sensata, até porque o sigilo bancário não pode ser visto como um dogma que se sobrepõe a tudo o resto.
Distúrbio - Fuga
A carruagem
A decisão de excluir o livro do activista angolano, Luaty Beirão, "Sou Eu Mais Livre, Então", da Festa do Avante, é lamentável. O PCP bem pode atribuir a opção à editora Primeira Página e rejeitar "operações difamatórias vindas de quem sem crédito se move pelo preconceito e o mais primário anticomunismo", mas a realidade não muda. O livro foi banido porque o PCP não quis ferir a susceptibilidade do MPLA. Trata-se de um acto voluntário de censura e até em contraciclo com a crescente abertura do partido no poder em Angola, proporcionada pela eleição de João Lourenço como Presidente do país.
Prudência - Incapacidade
O eremita
O Benfica tem razões para sorrir com o apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões, que lhe garante uma receita de 43 milhões de euros e, nesta medida, dá fôlego financeiro ao clube. Mas este sorriso empalidece pelo facto de a SAD do Benfica ter sido constituída arguida no âmbito do processo e-Toupeira. Em causa está o alegado suborno do assessor jurídico, Paulo Gonçalves, a funcionários judiciais para garantir informações em segredo de justiça. A SAD anunciou, entretanto, que vai impugnar a decisão do Ministério Público, mas este facto não afasta o manto de suspeitas que paira sobre o clube.
Abandono - Sacrifício
O pendurado
Os extremos tocam-se. Quando Donald Trump é confrontado com notícias negativas, responde geralmente que se trata "de fake news". O procedimento, próprio de quem está em negação, foi também adoptado pelo Presidente venezuelano. A crise humana que é evidente no país é classificada por Nicolás Maduro como uma "fake news". A teoria da cabala é perfeita para justificar o desastre que é a sua governação e a deterioração imparável da economia venezuelana. Só este ano a inflação no país chegará a 1.000.000%, enquanto o PIB cairá 15%. Como diz o ditado, o pior cego é o que não quer ver.