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Nem a Guerra das Estrelas escapa à política nos EUA

A estreia do novo filme do universo Star Wars foi arrastada para a discussão no Twitter entre os apoiantes do movimento "alt-right" e os seus opositores. Uns identificam-se com o império, os outros com os rebeldes.

15 de Dezembro de 2016 às 13:08
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A guerra entre os rebeldes e o império afinal existe mesmo e tem dado que falar nas redes sociais. Na véspera da estreia do filme "Rogue One: a Star Wars Story", o novo título da série (ainda que seja paralela à saga) o chamado movimento "alt-right" nos EUA, que se define por defender a supremacia branca, veio para o Twitter defender um boicote do filme, que tem sido promovido por ter um elenco multirracial e uma personagem principal feminina.


O hashtag #DumpStarWars tem varrido a rede social, palco de batalha tradicional entre os apoiantes da "alt-right", que estiveram do lado de Trump nas eleições americanas, e os seus opositores mais conotados com outras correntes políticas. E pode mesmo dizer-se que os primeiros estão do lado do Império e os segundos apoiam os rebeldes. Foram os próprios argumentistas do filme a lançar a questão e contam-se entre os participantes mais empenhados no debate. Um deles, Chris Weitz, disse no Twitter: "tenham em conta que o Império [de Darth Vader] é uma organização supremacista branca". Outro escritor, Gary Whitta, respondeu "à qual se opõe um grupo multi-cultural liderado por mulheres corajosas".


A resposta, conta a Wired, não se fez esperar e os dois argumentistas acabaram por apagar os posts. Até Mark Hamil, que interpreta Luke Skywalker na trilogia original (e nos novos filmes) partilhou um "tweet" de Chris Weitz com um símbolo de solidariedade com os grupos oprimidos por causa do Brexit (um alfinete).


A Disney, que comprou os direitos da saga a George Lucas, recusa que haja qualquer conotação política no filme. "Isso é, honestamente, tonto", garantiu Bob Iger, CEO do grupo, em declarações ao Hollywood Reporter. "Não fazemos nenhuma afirmação política", continuou Iger, que não deixou de salientar a "diversidade" dos actores escolhidos.


O "Rogue One" estreia esta quinta-feira, 15 de Dezembro, em Portugal e é mais uma aposta da Disney no franchising, que no ano passado estreou o episódio sete da saga, um dos filmes mais aguardados dos últimos anos. A compra dos direitos do Star Wars foi um enorme impulso nos negócios do grupo criado por Walt Disney, que pagou quatro mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros) pelo negócio com George Lucas. A série começou em 1977, com o filme inicial de Lucas e nas décadas seguintes regsitou receitas de várias centenas de milhões de dólares por filme. A Reuters fez os cálculos dos últimos 40 anos nesta infografia.


O filme conta a história de um grupo de rebeldes que tentam roubar os planos da recém-construída Estrela da Morte, que teria um papel importante na história que se segue.


A Disney tem expectativas elevadas para o "Rogue One". No primeiro fim-de-semana, o grupo conta atingir mais de 130 milhões de dólares (122 milhões de euros) nas bilheteiras. A julgar pelos dados das vendas antecipadas, que esgotaram em poucas horas e "crasharam" os sites de venda de bilhetes, o grupo pode não estar longe da verdade. E vem aí o episódio 8, em 2017, precisamente daqui a um ano, no dia 15 de Dezembro.  

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