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Bruges: O mais belo passeio de Natal

Casas pintadas com cores vivas, charretes que passeiam os turistas puxadas por cavalos imponentes e canais estreitos e cheios de charme. É assim a bonita Bruges, ainda mais bonita com as luzes de Natal.

25 de Dezembro de 2016 às 10:00
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Há quem diga que a Grote Markt é a mais encantadora praça medieval da Europa. As suas casas impecavelmente preservadas e pintadas com cores vivas, a sua torre que parece tirada de um livro de história, as charretes que passeiam os turistas puxadas por cavalos imponentes, de aspecto impecável, fazem com que fiquemos sem vontade de sair dali.

Olhar em volta e viver todo este ambiente é possível bem no centro da Bélgica, a pouco mais de duas horas de viagem desde Portugal. Parece que entramos num mundo diferente. Como se não bastasse a gigante praça central, todas as ruas em volta dão-nos uma perfeita noção de como se vivia há cinco séculos. As habitações estão de tal forma arranjadas, que chegamos a duvidar se vive mesmo alguém dentro delas. É que os habitantes de Bruges, orgulhosos do seu património, gostam de ver a sua cidade impecavelmente limpa, mesmo que os milhares e milhares de turistas que a visitam todos os anos ameacem colocar em causa a organização que demorou anos a concretizar. Ainda assim, há quem ali viva e não aprecie particularmente, já que pode parecer todo um mundo artificial, como de uma qualquer Disneyland se tratasse, dada a enorme preocupação com a limpeza e o aspecto exterior dos edifícios.

Se toda esta beleza nos impressiona, quando nos meses mais quentes (ainda assim nunca muito quentes, porque Bruges tem um clima muito especial) passeamos demoradamente por todas as ruas centrais ou quando subimos à Torre Belfort para uma vista privilegiada de tudo isto, imagine-se o que é montar um mercado de Natal no meio da praça, com todas aqueles luzes e músicas alusivas à época. A magia torna-se ainda maior e já ninguém pensa no frio que sente ao percorrer aquelas ruas ao final da tarde nos dias anteriores ao Natal. Um casaco mais quente é suficiente para suportar o clima adverso, porque o encantamento de tudo aquilo faz o resto. São tempos sem fim a olhar para os edifícios iluminados, a apreciar a beleza da praça com todas aquelas barraquinhas de madeira que vendem excelentes ideias de presentes, a aproveitar para provar algumas especialidades culinárias locais, ou simplesmente ficar ali parado, a viver aquele autêntico sonho. O mercado de Natal é pequeno, adaptado à dimensão da praça, e funciona todos
os anos entre os dias 25 de Novembro e 1 de Janeiro.

Bruges tem este poder sobre as pessoas. E depois há os canais, estreitos mas por todo o lado, com os edifícios reflectidos na água a tornar ainda mais belo cada recanto. A cidade é muito compacta, fácil de percorrer a pé, e com muito para descobrir a cada passo. Mas há igualmente quem aprecie, como parte da experiência, um passeio de barco pelos canais, sendo muito populares ao final da tarde, quando começa a cair a noite, ou já mesmo depois do pôr do sol, uma vez que é possível admirar as luzes da cidade, com os edifícios históricos cuidadosamente iluminados.

A cidade medieval de Bruges, importante centro comercial da região da Flandres, era originalmente rodeada por uma muralha construída no século I, da qual restam apenas os quatro portões e uma torre defensiva. Os canais, cuja localização não mudou muito desde então, eram fundamentais na questão comercial, já que permitiam movimentar rapidamente as mercadorias de um lado para o outro. A cidade cresceu e, no século XV, era igualmente um importante centro artístico, acabando por perder grande parte da sua influência a partir do XVIII. Ainda hoje é possível fazer circuitos pedonais pelo que de mais importante resta desta Bruges antiga, organizados por diversas entidades que se dedicam à preservação do património, classificado pela Unesco no ano 2000.

Museus para todos os gostos

Se a experiência pelas ruas e canais de Bruges é totalmente recomendável, há igualmente museus que não se devem perder. Desde logo, a principal atracção da cidade a este nível, o Groeninge, que oferece pinturas entre os séculos XV e XIX, com trabalhos de numerosos artistas belgas e flamengos, como Jan van Eyck ou Marcel Broodthaers. A cidade é considerada como o berço da pintura primitiva flamenga, que a tornou famosa, sendo muito curioso encontrar semelhanças entre paisagens retratadas em quadros há 500 anos com a Bruges que hoje nos é dada a conhecer. Neste imponente museu, instalado numa casa medieval, pode ainda encontrar-se uma vasta colecção de arte do Renascimento e do Barroco, mas também de períodos mais recentes, como o neo-clássico ou o realista, o simbolismo e o modernismo belgas, e até expressionismo e arte do pós-guerra.

Há também o Gruuthuse, um museu dedicado a peças têxteis, cerâmica e artigos em prata, igualmente muito procurado pelos turistas. Uma outra curiosidade relacionada com esta cidade diz respeito aos diamantes: apesar de Antuérpia ser a capital do comércio daquela pedra preciosa, foi em Bruges que surgiu a ideia da limpeza e do seu polimento; a este propósito, existe até um museu que conta toda esta história, além de outras curiosidades relacionadas com os diamantes. Num âmbito um pouco diferente, Bruges oferece o Choco-Story Museum, dedicado, como próprio nome indica, ao fabrico do chocolate, tão típico no país e em especial naquela região. A Bélgica é um dos maiores exportadores mundiais de chocolate, sendo por isso muito fácil encontrar lojas por toda a cidade.


• Como chegar

De Portugal, há numerosos voos diários para a capital da Bélgica, Bruxelas, com preços igualmente variados. Daí, são variadas as opções. A mais popular é o aluguer de uma viatura, que pode ser feito em pleno aeroporto, com tarifas diários a partir de 25 euros; esta opção é mais popular entre aqueles que pretendem visitar várias cidades do país. Entre as mais famosas encontram-se Bruxelas, Antuérpia, Bruges e Gant. Há também a opção do comboio, igualmente com muitos adeptos; um bilhete de ida e volta custa cerca de 40 euros, é directo e demora cerca de 90 minutos. No entanto, comprando online no site da companhia belga (www.belgianrail.be), é frequente encontrar bons descontos, em especial ao fim-de-semana.

• Informações práticas

Caso a sua opção seja pelo carro alugado, e uma vez que o centro da cidade é fechado ao trânsito, há um parque de estacionamento junto à estação ferroviária que custa 3 euros por dia. A zona monumental da cidade pode ser facilmente percorrida a pé, mas há também transportes públicos
e lojas que alugam bicicletas, com preços muito variáveis. Existe um cartão, o Bruges City Card, que custa 47 euros por 48 horas ou 53 euros por 72 horas, que permite visitar 27 museus gratuitamente, além de descontos em outras actividades, como concertos, peças de teatro e espectáculos de dança, parques de estacionamento públicos, entre muitas outras vantagens.

• Onde ficar

Sendo uma cidade muito vocacionada para o turismo, Bruges dispõe de uma enorme oferta hoteleira. No centro histórico, encontram-se bons hotéis de 3 estrelas, com preços a partir de 100 euros por quarto de casal, embora por vezes com promoções. Para os mais extravagantes, uma estadia no luxuoso Relais Bourgondisch Cruyce tem preços a rondar
os 320 euros por noite.

• Onde comer

É muito fácil encontrar restaurantes com comida típica da Flandres, a região de que Bruges faz parte. Desde logo, aconselha-se uma passagem
pelo restaurante Pomperlut, com decoração do século XVII, mas apenas 20 lugares disponíveis.
É uma excelente experiência. Há outros locais com cozinha mais moderna, como o Park ou o De Stove. Para os apreciadores de cerveja, porque a Bélgica é um dos mais afamados produtores mundiais, temos o T Brugs Beertje (o pequeno urso de Bruges em português), que é um bar que oferece nada menos que 300 variedades de cerveja, muitas delas artesanais, além de pequenos pratos para acompanhar.


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