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A Royal Enfield está de volta

Uma das históricas e míticas marcas de motorizadas está agora de regresso ao mercado ocidental, com dois modelos que recuperam as linhas “vintage” dos seus antecessores.

10 de Março de 2018 às 09:00
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Os amantes nostálgicos das motos míticas e os investidores neste tema devem tomar conhecimento de uma operação de enorme relevo neste campo. A Royal Enfield, uma das marcas mais carismáticas do sector, vai lançar brevemente no mercado dois modelos "retro", baseados no seu portefólio do princípio do século XX, nomeadamente no modelo "Bullet", ainda hoje um dos mais valiosos no mercado das clássicas. Os dois modelos, o Interceptor e o Continental GT, nascem, segundo a empresa, de um cuidadoso estudo, subordinado aos princípios do "vintage" e da simplicidade. Os designers e engenheiros da marca começaram por pesquisar os catálogos e a documentação de construção das motos do princípio do século 20, procurando detectar as principais referências, tanto ao nível dos elementos centrais, como dos componentes secundários. Depois disto, pesquisaram intensivamente os mercados, à procura de fabricantes e fornecedores capazes de trabalhar nos materiais mais antigos, e de conceber as peças de acordo com as características "vintage". Foi daqui que nasceram o Interceptor e o Continental GT. Ambos os modelos parecem ter vindo directamente de uma linha de montagem que esteve em funcionamento há 100 anos, mas mostram também uma simplicidade e uma robustez que era exigida às máquinas daquele tempo, isto é que durassem para toda a vida. Assim, para os investidores, os novos modelos podem ser interessantes, porque reúnem todas as características para poderem valorizar - se ao longo dos anos. Neste momento, as Royal Enfield "originais", juntamente com os exemplares de outras marcas do esmo tempo, como os da Triumph, só para dar uma referência, são objectos de culto no mercado das motorizadas clássicas, e atingem valorizações anuais muito interessantes. A Royal Enfield tem uma dimensão particular, relacionada com a sua história. A marca começou por ser genuinamente inglesa, começando a fabricar em 1851, mas apenas componentes para armas de fogo. A partir de 1901, começou a fabricar o modelo "Bullet", especialmente para os militares, e exportou milhares de motos para a Índia, na altura sob domínio inglês. A procura no território indiano tornou -se massiva, ao ponto de, em 1955, ter sido criada uma empresa indiana que começou a fabricar o modelo, com autorização da casa mãe. A Royal Enfield inglesa faliu em 1970, mas a empresa indiana continuou a fabricar as motos até hoje, dada a grande e permanente procura no seu mercado interno. A marca acabou por ficar a pertencer ao consórcio indiano Eicher Motors, uma das grandes empresas do país, e foi este que decidiu, agora, trazer de novo as Royal Enfield para o mercado ocidental. O objectivo, aplicado nestes dois modelos, é o de contrapor rusticidade e autenticidade à sofisticação das marcas japonesas e italianas. 


Nota ao leitor: Os bens culturais, também classificados como bens de paixão, deixaram de ser um investimento de elite, e a designação inclui hoje uma panóplia gigantesca de temas, que vão dos mais tradicionais, como a arte ou os automóveis clássicos, a outros totalmente contemporâneos, como são os têxteis, o mobiliário de design ou a moda. Ao mesmo tempo, os bens culturais são activos acessíveis e disputados em mercados globais extremamente competitivos. Semanalmente, o Negócios irá revelar algumas das histórias fascinantes relacionadas com estes mercados, partilhando assim, de forma independente, a informação mais preciosa.


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