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Traders obtêm lucros com acesso indevido a áudios do Banco de Inglaterra

O Banco de Inglaterra detetou uma utilização indevida do “feed” de áudio das conferências de imprensa do banco central. Algo que deu vantagem aos operadores de mercado, que terão dado ordens antes de a generalidade dos investidores ouvirem as palavras do governador.

Reuters
19 de Dezembro de 2019 às 10:49
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O The Times noticiou que "hedge funds intercetaram informação vital dos briefings do Banco de Inglaterra", tendo conseguido aceder antecipadamente ao ficheiro áudio das conferências de imprensa, o que lhes deu vantagem face aos restantes agentes do mercado.

 

Os sistemas do Banco de Inglaterra terão sido acedidos de forma indevida, tendo possibilitado que algumas pessoas conseguissem saber o que Mark Carney (na foto) ia dizer antes da generalidade do mercado. Em causa está um sistema de áudio que existe como rede no caso de a transmissão de vídeo das conferências falhar. A audição das conferências através deste sistema faz com que os operadores em causa consigam uma vantagem temporal, que ronda os cinco a oito segundos. Ainda assim, o suficiente para dar ordens no mercado antes de qualquer outro agente.

 

Terá sido a investigação do The Times que fez soar os alarmes e levou o Banco de Inglaterra a descobrir que um dos seus fornecedores estava a enviar o "feed" de áudio das conferências de imprensa a determinados operadores que davam ordens de compra e venda tendo em conta as palavras de Carney que o resto do mundo ainda não tinha ouvido.

 

"Identificámos recentemente que o sinal do áudio das conferências de impressa, usado apenas como cópia de segurança no caso de o vídeo falhar, foi utilizado indevidamente por um fornecedor, que estava ao serviço de terceiros", afirmou o Banco de Inglaterra, citado pelo Cinco Días.

 

A descoberta desta falha no sistema deverá levar a entidade a rever a forma como transmite as suas conferências de imprensa. O Financial Times adianta que a solução poderá passar pela implementação de um sistema onde este tipo de ficheiros seja colocado no domínio público e esteja disponível para todos, tal como faz o Banco Central Europeu (BCE).

 

"Este uso completamente inaceitável do ‘feed’ de áudio foi sem o conhecimento ou consentimento do banco", garante o Banco de Inglaterra, citado pela Bloomberg. "Ao verificar isto, o banco retirou imediatamente o acesso ao fornecedor" em causa.

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