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Banco de Inglaterra sugere descida dos juros. Mercados antecipam corte em maio

Os responsáveis do Banco de Inglaterra começaram 2020 a sinalizar aos mercados que vão descer a taxa de juro. A maioria dos investidores prevê que o corte aconteça na reunião de maio.

Mark Carney, governador do Banco de Inglaterra (BOE)
Mark Carney, governador do Banco de Inglaterra.
10 de Janeiro de 2020 às 12:56
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Após ter "resistido" durante 2019, ano em que grande parte dos bancos centrais baixou os juros, o Banco de Inglaterra começou o novo ano a preparar o terreno para uma descida da taxa de juro diretora, dando sinais mais "dovish". 

Esta sexta-feira, 10 de janeiro, a economista Silvana Tenreyro, que faz parte do comité de política monetária, afirmou que poderá apoiar uma descida dos juros se a economia britânica não se fortalecer nos próximos meses. Nas últimas reuniões, Tenreyro apoiou a manutenção dos juros no nível atual. 

Apesar de se dar como certo uma saída com acordo em janeiro, o processo do Brexit deverá continuar a condicionar a economia do país dado que Londres terá de negociar um acordo comercial com Bruxelas para o pós-período de transição. "Se a incerteza sobre o futuro acordo comercial ou o crescimento global lento continuarem a pesar na procura do Reino Unido, então a minha inclinação é responder com um voto para um corte dos juros no curto prazo", explicou Tenreyro.

Ontem tinha sido o ainda governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, que vai abandonar o cargo a 15 de março, a admitir que o comité está a discutir a introdução de mais estímulos monetários. Carney disse que será a favor de uma resposta com "relativa prontidão" caso aumente "a evidência de que a fraqueza da atividade [económica] poderá persistir", referindo que a inflação tem estado aquém do objetivo de 2% nos últimos meses.

Estas declarações não tardaram a ter impacto nas expectativas dos mercados. Segundo a Bloomberg, os mercados monetários já estão a antecipar um corte de 25 pontos base dos juros em maio: a probabilidade disso acontecer aumentou de 28% na quarta-feira para 56%. Ontem a libra também tocou em mínimos de quase duas semanas, após os comentários de Carney.

Estas duas vozes importantes dentro do comité juntam-se a dois membros que em novembro já tinham surpreendido ao defenderem uma descida dos juros diretores pela primeira vez desde 2016. Michael Saunders e Jonathan Haskel preferiam um corte de 25 pontos base à manutenção dos juros que marcou a atuação do Banco de Inglaterra durante o ano passado.

A próxima reunião do Banco de Inglaterra (e a primeira deste ano), que se realiza a 30 de janeiro - a um dia da data oficial prevista para a saída do Reino Unido da União Europeia -, deverá trazer mais pormenores sobre o andamento do PIB e da inflação. Até à reunião de 7 de maio ainda há a reunião de 26 de março. Nesta ocasião, Mark Carney já terá sido substituído por Andrew Bailey, o próximo governador escolhido pelo Governo de Boris Johnson. 

Os juros de referência para o Reino Unido permanecem inalterados em 0,75% desde agosto de 2018, altura em que o BoE decretou uma subida relativamente aos anteriores 0,5%. Entre agosto de 2016 e novembro de 2018 estiveram no nível mais baixo de sempre: 0,25%.
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