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Sector do papel desliza na Europa. Altri afunda mais de 8% e Navigator cai mais de 3,5%

O sector do papel está em queda acentuada na Europa, depois de terem sido publicadas notas de análise onde as empresas americanas foram alvos de cortes de avaliação significativos. Os receios estão a espalhar-se pela Europa e as empresas portuguesas não escapam.

10 de Outubro de 2018 às 13:05
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Dois bancos de investimento emitiram notas de análise onde reviram em baixa as suas avaliações para o sector do papel nos EUA. Em causa está a perspectiva de que o crescimento da capacidade de produção da indústria será superior ao aumento da procura, o que deverá pressionar os preços. Esta perspectiva está a arrastar todo o sector do papel na Europa. E as cotadas portuguesas não são excepção.

 

A Altri é a empresa que mais desliza, recuando 8,21% para 8,05 euros, tendo chegado a afundar quase 10%, naquela que é a pior sessão bolsista para esta cotada nos últimos dois anos. Segue-se a Navigator, que perde 3,81% para 4,04 euros, e a Semapa, que recua 2,85% para 16,36 euros.

 

Entre os principais "players" na Europa, as britânicas DS Smith e Mondi deslizam mais de 6%, assim como a Smurfit. Já a Stora Enso cai 4,5%.

A International Paper é norte-americana, pelo que a negociação ainda não se iniciou. Ainda assim, no mercado alemão, as acções estão a cair menos de 2%.

Entre estas cotadas, a Altri é assim a acção que mais cai esta sessão, contudo é também a que está a registar o melhor desempenho este ano, com os títulos a somarem mais de 50%. A segunda que mais aprecia é a Stora Enso, com um ganho que não chega aos 12%.

 

A contribuir para este desempenho do sector está uma nota de análise do Goldman Sachs, que reduziu a sua avaliação da International Paper de 63 dólares por acção para 53 dólares. Esta nota foi publicada esta quarta-feira, 10 de Outubro, um dia depois da BMO Capital também ter revisto em baixa a recomendação para esta cotada.

 

A revisão do Goldman Sachs está relacionada com o facto de as suas novas estimativas apontarem para que o crescimento da oferta de papel e cartão para embalagens supere o aumento da procura nos EUA entre 2020 e 2022. Uma evolução que se se confirmar fará pressão sobre os preços e os lucros das empresas que actuam neste sector.

 

O BMO também reviu a sua avaliação da indústria devido ao aumento da capacidade de produção do sector. Este banco de investimento considera que o aumento de capacidade poderá provocar uma "ressaca" no valor das acções do sector do papel nos próximos trimestres. O BMO reviu em baixa as avaliações da International Paper, da Packaging Corp e da WestRock.

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