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Portugueses já confiam num robot para gerir o seu dinheiro

Portugueses estão entre os principais clientes da primeira gestora robótica de patrimónios. Mas os investidores nacionais são mais conservadores do que no resto da Europa.

No dia 9 de Fevereiro, a Europa acordou em sobressalto. Os mercados bolsistas estavam a 'derreter' e a fuga de capitais para os refúgios - ouro e dívida alemã - dava sinais de que o caso era sério. No final do dia, os piores cenários confirmaram. O índice bolsista de banca perdeu quase 30%, as quedas da bolsa oscilavam entre os 18,5% de Frankfurt e os quase 40% de Atenas, com os índices a regressarem à década de 90. O receio em torno da fragilidade financeira da Europa, com o Deutsche Bank à cabeça, assustou muita gente. Dois dias depois, a tempestade desapareceu do mapa.
Bloomberg
14 de Dezembro de 2017 às 12:39
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A ETFmatic, a primeira gestora robótica de patrimónios a operar em Portugal, tem clientes em 32 países, entre os quais as maiores economias do mundo como Alemanha, França, Reino Unido, Espanha e Finlândia, mesmo assim o nosso país é um dos seus cinco melhores clientes, revela hoje o Observador.

Há quase uma década que os gestores-robot são uma realidade nos Estados Unidos, país onde já administram mais de 45 mil milhões de euros. Mas na Europa o caminho tem sido mais lento, e em Portugal a ETFmatic é aliás a única empresa a usar este modelo de gestão de património – em que o dinheiro dos clientes é investido automaticamente através de algoritmos - e começou o operar há apenas um ano e meio.

"Portugal é agora um dos cinco principais mercados" da ETFmatic, "definitivamente, não estávamos à espera", revela o empreendedor espanhol que fundou a ETFmatic, em Londres, Luís Rivera. O gestor não revela números, mas avança com uma explicação para o sucesso em Portugal: "Muito do nosso crescimento está a vir de países onde os emitentes de fundos cotados não investiram no desenvolvimento, [logo] a nossa oferta é mais disruptiva."

Na mesma entrevista ao Observador, o fundador da ETFmatic conta que os investidores nacionais são mais conservadores do que no resto da Europa. A carteira mais comum entre os portugueses tem 40% aplicado no mercado accionista e 60% em fundos de obrigações, revela Luís Rivera. Ao nível europeu, a carteira mais popular tem 80% exposta a acções e 20% a obrigações, de acordo com as estatísticas mais recentes da companhia londrina. Isto acontece "apesar de [os portugueses] serem ligeiramente mais novos", com 32 anos, afirma Luís Rivera.

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