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IMF – Tensões RU/UE aumentam, Johnson ameaça abandonar negociações
Tensões RU/UE aumentam; Johnson ameaça abandonar negociações; Eur/Usd renova máximos de 2019; Petróleo afunda para mínimos de 13 meses com coronavírus; Ouro renova máximos de sete anos, regista 3º mês consecutivo de ganhos
Tensões RU/UE aumentam, Johnson ameaça abandonar negociações
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse à União Europeia que afastar-se-á da mesa de negociações em junho, se não estiver claro se conseguirá um acordo comercial ao estilo do Canadá com o bloco. O governo britânico divulgou um mandato para as negociações com a União Europeia que o coloca em "rota de colisão" com Bruxelas. Londres sublinhou o seu desejo de independência económica e política. O mandato de negociação de Londres para a próxima etapa do Brexit, está em muitas áreas próximas ao que a UE publicou na terça-feira. As principais diferenças estão em torno da proximidade com a regulamentação da UE - o chamado campo de jogo equitativo, como o acordo será estruturado e governado e que acesso às suas águas o Reino Unido dará às frotas de pesca de outros países. Após deixar oficialmente a UE, o RU tem até o final do ano para negociar um acordo comercial. Os dois lados têm até junho para concluir as "linhas gerais de um acordo". Caso isto não aconteça, o governo irá afastar-se das negociações e concentrar-se em continuar os preparativos internos para sair do período de transição de forma ordenada e adotar um acordo ao estilo da Austrália, que segue as regras básicas da Organização Mundial do Comércio. A libra reagiu em queda, estando o Eur/Gbp a cotar em torno dos £0.8500 – máximos de mês e meio.
Tecnicamente, o Eur/Gbp inverteu a tendência de queda que vinha a registar desde agosto de 2019, ao quebrar em alta a linha de tendência descendente (vermelho tracejado). O MACD apresenta agora sinal de compra e o par encontra-se agora a testar os 23.6% de retração de fibonacci (ligeiramente acima dos £0.85). O MACD inverteu o sinal de venda, podendo sinalizar um teste aos 38.2% de retração (£0.8670) no curto-prazo.
Eur/Usd renova máximos de 2019
Após ter recuado para mínimos de 2017 há sete dias atrás ($1.0773), o Eur/Usd ressaltou e subiu para máximos de duas semanas, acima dos $1.10. Segundo o presidente do Banco Central da Áustria, Robert Holzmann, os membros do BCE realizaram discussões "intensas" sobre a alteração da meta de inflação do Banco, que será anunciada em julho. Apesar de a discussão ainda estar na fase inicial, as declarações dos membros sugerem que é provável que a meta seja fixada em 2%, uma ligeira alteração face à meta anterior. O governador do Banco Central da Irlanda, Gabriel Makhlouf veio, de certa forma, ao encontro desta posição. Para Makhlouf, é necessária uma meta mais clara das taxas, "parece que continua a existir incerteza sobre o que exatamente significa próximo, mas abaixo", indicou o governador. Assim, com todos os indícios a apontarem para uma taxa de 2%, a maior discussão na revisão parece ser sobre quais são os desvios toleráveis e como os definir. Nos EUA, a procura subjacente na economia dos EUA foi mais lenta do que o inicialmente relatado no final do ano passado, colocando o crescimento numa posição mais fraca à frente dos riscos do coronavírus em 2020. As contribuições revistas em alta do comércio e dos inventários mantiveram o PIB em expansão a uma sólida taxa anualizada de 2.1% no quarto trimestre, em linha com as estimativas anteriores.
Tecnicamente, após duas semanas em queda, nas quais renovou mínimos de abril de 2017, abaixo dos $1.08, o Eur/Usd inverteu a tendência, ao quebrar em alta o limite superior do canal descendente. O par ressaltou em alta nos 0% de retração de fibonacci ($1.07), dando seguimento aos ganhos. O par quebrou os 38.2% de retração ($1.1000), no entanto, isto foi apenas momentâneo e voltou a recuar. O MACD inverteu o sinal de venda, podendo indicar uma quebra em alta a este nível no curtíssimo-prazo.
Petróleo afunda para mínimos de 13 meses com coronavírus
O petróleo voltou a registar quedas acentuadas, recuando mais de 15% na última semana (a maior queda em 4 anos), para mínimos de 13 meses, tendo o barril de crude testado níveis abaixo dos $48. A continua propagação do coronavírus a nível internacional tem vindo a alimentar os receios de que o mundo esteja próximo de vivenciar uma pandemia que causará um grande impacto no crescimento económico mundial, o que deverá afetar a procura pela matéria-prima. A limitar uma descida mais expressiva dos preços do ouro negro estiveram os inventários de crude dos EUA, que aumentaram consideravelmente menos do que o esperado na última semana (+0.452 M vs +2.005 M).
Tecnicamente, o crude falhou o teste aos 23.6% de retração de fibonacci (em torno dos $53.6) e corrigiu em baixa, acabando por quebrar em baixa os 0% de retração ($50.50). Este movimento e a inversão do sinal de compra do MACD fornecem uma perspetiva bearish à matéria-prima. As perspetivas para a matéria-prima apontam para a continuação do movimento de queda, estando o próximo suporte situado em torno dos $42.36.
Ouro renova máximos de sete anos, regista 3º mês consecutivo de ganhos
Os preços do ouro subiram para máximos de sete anos esta semana, com a rápida expansão do coronavírus fora da China a alimentar a procura por ativos de refúgio e reforçando as apostas de cortes nas taxas de juros dos principais bancos centrais. A situação em Itália é a que está a gerar mais receios na Europa tendo já sido registados mais de 600 casos e acima de 10 vítimas mortais.
Tecnicamente, o ouro terminou a tendência de consolidação que vinha a registar desde o início do ano, ao quebrar em alta os $1600. O MACD inverteu o sinal de venda e as perspetivas para o curto-prazo apontam para a subida dos preços da onça, à medida que o metal precioso transaciona dentro do canal ascendente (vermelho tracejado).
As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.