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Em 2060, as pessoas com mais de 65 anos serão responsáveis por 39% das emissões de gases com efeito de estufa (GEE), conclui um novo estudo do Centro Comum de Investigação (CCI) da Comissão Europeia.
Segundo o estudo, as pessoas mais velhas tendem a emitir mais, pois vivem frequentemente em agregados familiares mais pequenos e concentram o seu consumo em necessidades intensivas em carbono, como o aquecimento ou a eletricidade das casas.
A investigação mostra também que as gerações mais velhas têm menos probabilidades de acreditar que as alterações climáticas são um problema grave e estão menos dispostas a mudar os seus comportamentos pessoais.
À medida que a população europeia envelhece, as gerações mais velhas serão, assim, cada vez mais responsáveis pelas emissões globais, estima o CCI, demonstrando que estas, para além de estarem ligadas ao nível de rendimento, também estão relacionadas com o perfil etário dos consumidores.
Na UE, as diferenças geracionais em termos de consumo, atitudes e comportamentos acrescentam novas dimensões à responsabilidade pelas emissões de GEE. Por conseguinte, o CCI indica que será cada vez mais importante abordar estas diferenças e orientar as medidas políticas de eficiência energética e de transição ecológica para as gerações mais velhas.
A população mundial atingiu os 8 mil milhões de habitantes e continuará a crescer nos próximos 40 anos, enquanto a população europeia está a envelhecer rapidamente e deverá começar a diminuir em 2026, refere o CCI. Esta situação está a acontecer em paralelo com as rápidas alterações do clima.
Prevê-se que o crescimento da população atinja quase 10 mil milhões de pessoas até 2060, com forte efeito nas emissões globais, pois mais pessoas consomem mais recursos, emitem mais gases com efeito de estufa e requerem uma produção alimentar em maior escala.
No entanto, a relação entre a dimensão da população e as alterações climáticas não é linear nem direta. Os principais emissores, históricos e atuais - os EUA, a China e a UE - são regiões onde a população já parou de crescer ou está a crescer a um ritmo reduzido.
Por conseguinte, o CCI destaca que as soluções imediatas que permitirão reduzir as emissões até 2050 devem resultar da descarbonização da economia mundial e de uma mudança no consumo tendo em vista a circularidade.