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Mais de metade dos trabalhadores (66%) afirmam estar preparados para abraçar a transição verde e 47% consideram que a competência verde mais importante é a consciência do impacto ambiental da sua função, conclui um novo estudo do ManpowerGroup sobre o impacto da transição verde no mundo do trabalho.
Contudo, existe um desequilíbrio entre os trabalhadores "white colar", associados a tarefas mais administrativas e de gestão, e "blue colar", profissionais cujas funções requerem mão-de-obra física. Se, por um lado, 70% dos primeiros afirmam estar já preparados para abraçar a transição verde, nos segundos a percentagem desce para 57%.
Tendo em conta que a sustentabilidade e as ações de combate aos problemas ambientais têm vindo a ter cada vez mais peso nas decisões de emprego dos profissionais, também 62% dos candidatos afirmam investigar a reputação ambiental das organizações e 35% revelam que isso influencia a sua decisão de aceitar ou recusar um emprego.
Este comportamento é mais acentuado na Geração Z, onde quase metade dos profissionais (46%) acreditam que a reputação ambiental impacta a sua probabilidade de escolher uma empresa em particular, conclui o Green Business Transformation Whitepaper.
Os setores das tecnologias da informação, finanças e imobiliário são os que se destacam quando é analisada a influência da reputação ambiental por setor. No setor das TI, 47% dos profissionais consideram que a reputação da empresa em matéria de responsabilidade pode impactar a sua decisão, seguindo-se os trabalhadores do setor das finanças e imobiliário, com 42%.
Por outro lado, uma má reputação em matéria de questões ambientais é o fator com maior probabilidade de impactar negativamente a consideração de um emprego, com 68% dos profissionais a destacarem este elemento. Seguem-se a falta de compromissos ambientais claros (49%) e lideranças que não priorizam os problemas ambientais (48%).
"As questões ambientais devem ser hoje uma realidade inerente às estratégias de qualquer empresa, independentemente do setor. A crescente exigência por medidas de combate às alterações climáticas, tanto por parte dos consumidores como dos investidores e decisores políticos, está já a acelerar a necessidade de as empresas concretizarem a sua transição verde, o que irá impactar não só os modelos de negócio, mas também as qualificações necessárias por parte do talento", destaca Rui Teixeira, diretor geral do ManpowerGroup Portugal.
Atualmente, temáticas como as questões ambientais e a transição verde têm estado a redefinir o panorama do mundo trabalho à escala global. À medida que a transição global para uma economia mais verde acelera, surgem novas oportunidades e desafios, tanto para as empresas como para os profissionais, que precisam de se adaptar continuamente para dar resposta às novas necessidades.
"Por esse motivo, é importante olhar para a perceção do talento e para o impacto da atual escassez de competências verdes nas estratégias das empresas e no próprio mercado de trabalho", salienta Rui Teixeira, acrescentando que "à medida que as empresas aceleram os seus esforços de sustentabilidade, é fundamental incluir os trabalhadores nesse processo, ajudando-os a perceber qual o seu papel nessa transformação e como podem desenvolver as suas carreiras. Neste âmbito, a aposta das empresas na capacitação e reconversão dos profissionais é fundamental, como forma de desenvolver as competências verdes de que o mercado necessita e a reforçar a sua empregabilidade futura".
De salientar também que 65% dos trabalhadores revelam que a sua perceção em relação ao impacto da transição verde na sua carreira é positiva, e 56% afirmam acreditar que irá criar novas oportunidades no seu trabalho.
A confiança foi a resposta mais utilizada para descrever o futuro impacto dessa transição na sua carreira, destacada por 29% dos trabalhadores, seguindo-se do entusiasmo, referido por 27%. Apenas 15% revelam que a sua perceção do impacto da transição verde na sua carreira é negativa.
No entanto, cerca de um terço antecipou impactos negativos menores, tais como uma maior burocracia ou dificuldades acrescidas nos negócios.
O estudo foi feito com base em 39.000 empregadores e mais de 5.000 trabalhadores em todo o mundo.