- Partilhar artigo
- ...
As conclusões são de um estudo recente divulgado pelo ERM Sustainability Institute, que entrevistou cerca de 320 profissionais seniores, 75% dos quais em posições de liderança executiva. "Dois terços dos inquiridos dizem que a sustentabilidade é muito importante para o sucesso comercial dos seus negócios, mas apenas 37% indicam que está bem integrada na tomada de decisões dentro da sua organização", apontam os autores.
O documento – produzido em parceria com a Salesforce, GlobeScan, Accounting for Sustainability e SustainableIT.org – aponta que os empresários olham para a sustentabilidade como benéfica a vários níveis, incluindo a retenção de talento (61%). A par de uma menor rotatividade de colaboradores, 49% dos inquiridos apontam o aumento de vendas e 50% sublinha o impacto positivo na redução de custos e melhoria da eficiência das suas operações.
Há, porém, uma diferença entre empresas com políticas de sustentabilidade totalmente integradas e aquelas que ainda não o fazem. De acordo com o estudo, as organizações com melhor integração têm melhores resultados na retenção de talento (70%), no aumento das vendas (67%) e na eficiência operacional (65%).
"Dois terços das empresas "Advanced Integrators" relatam que as suas ações de sustentabilidade geram alto valor através do aumento de vendas, em comparação com menos de dois em cinco dos seus pares menos integrados", escreve-se no relatório.
Um dos pontos abordados por este inquérito prende-se com as oportunidades fomentadas pelo "triângulo de valor da sustentabilidade", ou seja, uma colaboração estreita entre os departamentos de tecnologia de informação (TI), financeiros e de sustentabilidade. "Os financeiros fornecem análises custo-benefício e métricas de ROI, a TI garante que os sistemas e ferramentas estão configurados para recolha precisa de dados, e as equipas de sustentabilidade contribuem com "insights" sobre o impacto ambiental", descreve o estudo. "Juntos, desenvolvem casos de negócio baseados em dados que justificam investimentos em iniciativas de sustentabilidade", aponta ainda.
Ao nível da tecnologia, apenas 6% dos líderes acreditam que a inteligência artificial (IA) representa hoje um "valor significativo" para a sustentabilidade. Porém, 50% dos inquiridos esperam que a IA venha a ter um "impacto maior nos próximos dois anos". Estas ferramentas, dizem, podem ser úteis na previsão dos riscos climáticos, na otimização das cadeias de valor e na melhoria da eficiência operacional.
O estudo aponta ainda que há falta de competências em sustentabilidade, com menos de 30% dos líderes financeiros e de TI a afirmarem que as suas equipas têm um conhecimento elevado sobre o tema. Por outro lado, verifica-se algum descrédito das normas de sustentabilidade ou, pelo menos, do seu valor para as organizações.
"Os líderes financeiros são muito mais positivos sobre o impacto dos relatórios [de sustentabilidade] na colaboração, enquanto os líderes de sustentabilidade são muito mais negativos", escrevem os autores. Para 42% dos inquiridos, estes relatórios são apenas exercícios de conformidade e não têm valor acrescentado para o negócio.