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Nasceu uma plataforma portuguesa para “revolucionar os mercados de carbono”

A ferramenta é da Quellia e foi desenvolvida na IBM Cloud com o grande objetivo de apoiar o esforço das empresas na descarbonização, prevenindo fraude e greenwashing.

27 de Março de 2025 às 11:47
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Deverá estar operacional e acessível online até junho a nova plataforma baseada em inteligência artificial que quer "revolucionar os mercados de carbono". A solução é portuguesa, assinada pela Quellia, que revela que a ferramenta foi "concebida para ajudar a prevenir fraudes" e assegurar créditos de carbono verificados e confiáveis.

A plataforma, apresentada esta quarta-feira em Lisboa, foi desenvolvida com base na IBM Cloud e recorre a ferramentas de IA, imagens de satélite e a tecnologia LiDAR para criar um registo de informações "padronizadas" acessíveis a todos os intervenientes num projeto. A ideia é "garantir que os projetos que geram unidades de carbono reduzem efetivamente as emissões".

"Estamos comprometidos em utilizar tecnologia para criar um ecossistema de mercado de carbono transparente, fiável e de confiança", afirmou Filipe Vila Nova, presidente da Quellia. Democratizar o acesso ao registo e gestão de projetos de carbono em todo o mundo é um dos objetivos da nova plataforma de monitorização, reporte e verificação.

"Ao aproveitar o poder da IA e da cloud, podemos transformar a forma como os projetos de créditos de carbono são geridos e verificados, promovendo a transparência e credibilidade no mercado", acrescentou Ricardo Martinho, presidente da IBM Portugal.

A aliança entre as duas empresas foi crucial para o desenvolvimento desta nova solução, que recorre à IBM Environmental Intelligence, uma espécie de canivete suíço para gerir os riscos associado aos desafios climáticos. Entre outras coisas, permite a quantificação científica do carbono armazenado no solo e na vegetação, criar mapas de alta resolução e calcular valores históricos e futuros de biomassa acima do solo.

É, garante Ricardo Martinho, "um grande passo naquilo que é a direção para um futuro mais sustentável" e, acrescenta Filipe Vila Nova, de criar "uma economia ligada à área de sustentabilidade e dos créditos de carbono". A criação de uma plataforma que define um standard para a partilha desta informação é essencial para assegurar que é possível analisar a terra de qualquer proprietário, em qualquer parte do mundo.

Para as empresas, a vantagem é conseguir "maior transparência, graças à visibilidade da origem, qualidade e ciclo de vida dos créditos de carbono, bem como da confiança na autenticidade dos créditos adquiridos ou transacionados". Em simultâneo, é expectável que se possa reduzir "custos na criação de estudos de viabilidade para os projetos de carbono", assim como na sua monitorização ao longo do ciclo de vida.

Até ao final deste ano, a dupla de empresas espera que o negócio possa ganhar tração.

 

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